Franciscanos Seculares em Natal

Estruturada a partir de Fraternidades Locais, a Ordem Franciscana Secular compõe-se de pessoas que, assumindo sua condição de batizados, propõem-se a, no estado secular, seguir o Evangelho conforme o exemplo de São Francisco, observando a Regra e Vida da OFS. A Fraternidade São Francisco de Assis integra a Família Franciscana do Brasil e fica na Cidade Alta (Centro), em Natal-RN. Foi a primeira da cidade.

Levar o Evangelho à Vida

"Hoje que a Igreja deseja viver uma profunda renovação missionária, há uma forma de pregação que nos compete a todos como tarefa diária: é cada um levar o Evangelho às pessoas com quem se encontra, tanto aos mais íntimos como aos desconhecidos. É a pregação informal que se pode realizar durante uma conversa, e é também a que realiza um missionário quando visita um lar. Ser discípulo significa ter a disposição permanente de levar aos outros o amor de Jesus; e isto sucede espontaneamente em qualquer lugar: na rua, na praça, no trabalho, num caminho." (Evangelii Gaudium, n. 127)

Oração de São Francisco


quinta-feira, 6 de março de 2014

Atualizações do Blog

Caros irmãos, aos poucos nosso Blog adquire mais conteúdo. Fiquem à vontade para enviar seus textos e notícias que compartilhem do mesmo espírito franciscano que impulsiona sua manutenção.

Algumas alterações foram feitas recentemente. Visite-as e indique aos seus amigos nas redes sociais. Assim poderemos aumentar a presença da mensagem de Deus nas comunicações eletrônicas.

Novidades: substituição do link de áudio por um vídeo com a "Oração de São Francisco", inserção de link animado para a Exortação Evangelii Gaudium - com mensagem inicial extraída da mesma, novos caminhos de sites (Centro Franciscano de Espiritualidade, Escola Franciscana de Meditação e Digital Franciscans).

Participe! Sugira temas nos comentários e dê sua opinião sobre o Blog. Diga, por exemplo, se há algum assunto interessante para o qual poderíamos disponibilizar um link?

Por fim, eis a nota que foi postada pelo Blog Digital Franciscans, que reúne links de movimentos e fraternidades, num saudável exercício de conhecimento da família e do trabalho franciscanos:



("nosso primeiro link para uma Fraternidade OFS sul-americana!")


Que bom viver a alegria do encontro franciscano!


Paz e Bem!

quarta-feira, 5 de março de 2014

Campanha da Fraternidade 2014: Fraternidade e Tráfico humano

Iniciamos nesta Quaresma mais uma Campanha da Fraternidade. Desta vez, somos levados a refletir sobre aqueles cuja dignidade é violentamente tirada. Muitas vezes, por não ouvirmos suas vozes somos nós também que perdemos nossa humanidade.
Faça a campanha da Fraternidade em sua família, sua Igreja Doméstica, se possível, convide seus vizinhos.
Paz e Bem!

No meu itinerário Franciscano III

A Liturgia do último domingo (Ano A, 8º domingo comum, Mt 6, 24-34) apresenta trecho do Evangelho que muito marcou minhas juvenis reflexões de infância e adolescência.
  • Vós não podeis servir a Deus e ao dinheiro
  • Quem de vós pode prolongar a duração da própria vida, só pelo fato de se preocupar com isso?
  • Não vos preocupeis com a vossa vida, com o que havereis de comer ou beber
  • Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão dadas por acréscimo.
Este é mais um relato do que um estudo, então pode ser que passagens mais adequadas ao aprofundamento ou sua melhor compreensão não estejam mencionadas aqui. Esses são trechos que me marcaram e representam, de certa foram, um convite de Deus.

Não sei se a leitura que fiz à época e, mais que isso, o modo como apliquei à minha vida foram os mais consentâneos com a Boa Nova, mas sei que foram fundamentais para construir o caminho que hoje sigo na Ordem Franciscana Secular. É verdade também que outros chamados ocorreram, mas irei aos poucos relatando-os neste itinerário franciscano.

Através desse exame retrospectivo, pude entender que nem sempre compreendemos os desígnios exatos ou o que Deus nos reserva. Apenas com o tempo é-nos dada a graça de contemplar a grandiosa participação do Pai em nossas vidas.

Minha forma de viver é marcada por esse excesso de preocupação que tanto ocupa o lugar de Deus em nossas vidas e nos conduz ao sofrimento e ao pecado. A criança já sabe disso.

E a inexplicabilidade da fé nos deixa ver que isso não se trata de mera conjectura de nossa compulsão para ver de modo positivo um conjunto desordenado de fatos em nossa existência, mas um mistério divino. Como explicar a um não crente a certeza que nos invade a alma, a sensação da presença de Deus, diante de tantos argumentos químicos, fisiológicos, psicanalíticos, da luta pela construção de uma "normalidade"?

Sobram-nos a convicção, os milagres, o testemunho. Sobra-nos tentar brandir a obviedade da existência de Deus para os irmãos a quem, como Paulo nos lembra, somos enviados como Embaixadores de Cristo (2Cor 5, 20).

Muitas vezes recebi de Deus pela boca de outro a pergunta: "por quê você crê?". Quando não, recebi a admiração por uma conduta consentânea com a crença em Deus - ainda que não possa ser modelo de revelação cristã: "você crê?!". Para muitos, a instrução que Deus, por meus pais, oportunizou deveria ser suficiente para afastar a crença em Deus ("Muitos olhavam para mim como para um prodígio, porque eras tu o meu abrigo seguro"; Sl 71, 7) - ainda quando eu sentia que me afastava de Deus. E também não poucas vezes a fé foi vista como extrapoladora daquele limite das convenções sociais, como se houvesse um limite para ser levada a sério - mesmo quando os outros a levassem dentro desse limite.

Mas havia algo a mais no que acreditar. Não há limites para o Amor de Deus nem para a entrega a Ele. Não há um ponto onde eu coloco o meu querer em seu lugar, o mundo quando Ele já não me pareça proporcionar suficiente prazer.

Por que creio

Há duas perguntas aí. Por que crer em Deus. Por que crer em Cristo.
Um apego racional faz com que nos refugiemos em tentativas de explicar para o outro, como se isso pudesse convencê-lo por si só (a fé é dom gratuito e sobrenatural de Deus), a existência de um Ser criador e não criado. Difícil, ainda que grandes Santos tenham construído significativas e portentosas explicações; quase sempre ignoradas pelos críticos.
Já o crer em Cristo e o ser católico são intimamente relacionados.
Acima de tudo é preciso dizer que creio na liberdade, na união, na Paz, na vida em Fraternidade.
Os católicos são perseguidos em todo o mundo e não será diferente nos locais em que gozem de mais liberdade. Tudo por pregarem a liberdade e o Amor como sinal de vida entre os homens.
Há muita incompreensão e perguntas falaciosas.
Argumentos que, na maioria das vezes, senão na totalidade, não resistiriam a leitura e conhecimento de documentos da Igreja.
Sigo a Cristo em primeiro lugar e, como me ensinou meu primeiro assistente espiritual, sigo a Doutrina que melhor permitir isso. Não encontrei ainda uma mais perfeita que a Católica.
Sou católico por opção, não por conveniência, não por influência familiar, mas por estudo e por chamado de Deus.  Isso é de certa maneira uma falha em minha conversão, mas foi assim que cheguei e só posso pedir a misericórdia de Deus.
Querer negar a Trindade, a eucaristia, a encarnação é uma tentativa que não encontrou ainda respaldo nem no exercício das mentes cultas nem na ciência - basta ver a análise dos milagres mais significativos.
Confirmações científicas de fatos bíblicos, por sua vez, apenas mostra o que já era comprovadamente sabido há milênios por transmissão do Santo Espírito. São como reproduções em laboratório de fenômenos naturais. A natureza já fazia; agora é preciso saber um porquê fazer. E não será retirando a religião que esse porquê surgirá.
Mas, como rezamos, "é melhor compreender que ser compreendido". E, nesse patamar, prefiro muitas vezes não responder por quê eu creio, mas sim, indagar: você quer crer?
O catolicismo é uma forma de vida prática pautada pelo amor a Deus e ao próximo. Assim, mais proveitoso é perguntar-se pelo que pode ser feito para ajudar o outro. Como Deus, através de nós, pode agir em sua vida.

Paz e Bem!

Quarta-feira de cinzas

Hoje é dia de um convite especial. Todos os dias somos convidados à alegria, à oração, à caridade, à abstinência dos prazeres vazios e vãos. Mas hoje há um convite à conversão. Há um convite para uma alegria, uma oração, um coração mais puro e mais verdadeiro.

A isso se destina o terceiro mistério da luz no Santo Rosário, do Reino já personificado no Cristo, segundo o Beato João Paulo II (Carta Apostólica Rosarium Virginis Mariae):

"a pregação com a qual Jesus anuncia o advento do Reino de Deus e convida à conversão (cf. Mc 1, 15), perdoando os pecados de quem a Ele se dirige com humilde confiança (cf.Mc 2, 3-13; Lc 7), início do ministério de misericórdia que Ele prosseguirá exercendo até ao fim do mundo, especialmente através do sacramento da Reconciliação confiado à sua Igreja (cf. Jo 20, 22-23)".

Então é um convite não apenas à verdade, mas nessa Páscoa anual, para a Grande Quaresma cristã. Toda a comunidade de Amor, como corpo místico de Cristo, reunida em torno de Deus, Pai, Filho e Espírito Santo; especialmente pela cruz de Cristo.

O catecismo da Igreja Católica reforça da seguinte forma essa oração conjunta da assembléia, ao trazer lição de São João Crisóstomo (CIC 2179):

"Podes também rezar em tua casa; mas não podes rezar aí como na igreja, onde muitos se reúnem, onde o grito é lançado a Deus de um só coração. [...] Há lá qualquer coisa mais: a união dos espíritos, a harmonia das almas, o laço da caridade, as orações dos sacerdotes".

Todo um povo, unido em pensamento, coração e forças, voltado para a conversão e preparação para a presença do Reino ("Venha a nós o Vosso Reino") quando da vinda de Cristo.
Hoje somos convidados às cinzas que dão início ao tempo litúrgico da Quaresma.
Período propício às bênçãos. Dia de Penitência e, por isso, de alegria. Pois ela nos aproxima do Pai.
Portanto, toda penitência precisa ter sentido, precisa ser orientada para Deus, seja o jejum, a esmola ou a oração.
Muitos optam pelo jejum. Mas de nada adiante se abster de deleites mundanos apenas temporariamente, quiçá por uma saúde corporal, se esta não estiver acompanhada de perto pelo de desejo de ofertar seus benefícios a uma vida digna. E de nada adiantará, após o período da quaresma, retomar a prática dos mesmos hábitos pecaminosos.
O jejum alimentar, como caminho de salvação e entrega do corpo a Deus, deve ser feito pelo menos na quarta-feira de cinzas e sexta-feira santa, e se constitui em uma alimentação moderada, leve, três vezes ao dia, apenas. Fundamental é que identifiquemos o que é pecado ou nos leva ao pecado e nos abstermos desse comportamento, seja alimentar ou não.
É preciso adotar pensamentos que convertam, que propiciem uma mudança de vida voltada para o caminho apontado por Cristo:

  • As práticas de piedade e caridade são particularmente valiosas para nos levarem ao encontro de Cristo no outro.
  • A oração será uma grande aliada para deixarmos que Deus nos diga como mudarmos nossa vida.
  • E a abstinência de tudo aquilo que nos afasta Dele será motivo de verdadeira alegria.


Onde estão minhas preocupações? O que me tira a Paz? O que me afasta de Deus?

Não devo colocar essas respostas no outro.

Pois é o meu coração que o Senhor quer (Sl 49, 12, "Se tivesse fome, não precisava dizer-te, porque minha é a terra e tudo o que ela contém"; Sl 50, 19, "Meu sacrifício, ó Senhor, é um espírito contrito, um coração arrependido e humilhado, ó Deus, que não haveis de desprezar").

Por isso, na sua Carta a um Ministro, Francisco de Assis disse: "que não haja nenhum frade no mundo, que tenha pecado tanto quanto puder pecar, que, depois que tiver visto teus olhos, nunca se retire sem a tua misericórdia, se buscar misericórdia"; n. 9). Pois também no outro experimentamos a misericórdia de Deus: "E assim queiras e não outra coisa. E que isso seja ti obediência verdadeira do Senhor Deus e minha, porque sei firmemente que esta é a verdadeira obediência. E ama aqueles que te fazem isso. E não queiras outra coisa deles senão o que o Senhor te der." (n. 3 a 6)

Paz e Bem!

As cinzas

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

UM SANTO ORGULHO, por Dom Fernando Rifan

Dom Fernando Rifan: UM SANTO ORGULHO:             Diante dos ataques contra a Igreja por causa da fraqueza humana e queda de seus membros, especialmente nos EE UU, cito trechos ...

O CARNAVAL, por Dom Fernando Rifan

Dom Fernando Rifan: O CARNAVAL:              Estamos próximos do Carnaval, atualmente uma festa totalmente profana e nada edificante. Ao lado de desfiles deslumbrantes das escolas de samba, com todo o seu requinte, riqueza de detalhes, fantasias fascinantes, desperdício de dinheiro, exposição de luxo, vaidade e também despudor, presencia-se paralelamente uma verdadeira bacanal de orgias e festas mundanas, cheias de licenciosidade, onde se pensa que tudo é permitido. Nesses dias, a moral vem abaixo: até as pessoas mais sérias se mostram debochadas, a imoralidade e a libertinagem campeiam, a pureza perece e a tranquilidade desaparece. Infelizmente, há muito tempo que o Carnaval deixou de ser apenas um folguedo popular, uma festa quase inocente, uma brincadeira de rua, uma diversão até certo ponto sadia. ...

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Papa Francisco cria 19 novos cardeais

O papa Francisco criou 19 novos cardeais no último domingo (23/02/2014) em solenidade que contou com a presença do Papa Emérito Bento XVI.
Disse o papa na ocasião: “Jesus não veio a nós para ensinar boas maneiras! Para isso, não precisaria descer do céu e morrer sobre a cruz. O Cristo veio para nos salvar, para nos mostrar o caminho, o único caminho de saída das areias movediças do pecado, e este caminho é a misericórdia. Ser santo não é um luxo, é necessário para a salvação do mundo.”
Ele fez questão de sublinhar importância da santidade do cardeal, em um oferecimento gratuito.
“Por conseguinte, amemos aqueles que nos são hostis; abençoemos quem fala mal de nós; saudemos com um sorriso a quem talvez não mereça; não aspiremos a fazer-nos valer, mas oponhamos a mansidão à prepotência; esqueçamos as humilhações sofridas. Deixemo-nos guiar pelo Espírito de Cristo: Ele santificou-se a si próprio na cruz, para podermos ser “canais” por onde corre a sua caridade. Este é o comportamento, esta é a conduta de um Cardeal. O Cardeal entra na Igreja de Roma, não entra numa corte. Evitemos todos – e ajudemo-nos mutuamente a evitar – hábitos e comportamentos de corte: intrigas, críticas, facções, favoritismos, preferência. A nossa linguagem seja a do Evangelho: “sim, sim; não, não”; as nossas atitudes, as das bem-aventuranças; e o nosso caminho, o da santidade” […] “Queridos Irmãos Cardeais, permaneçamos unidos em Cristo e entre nós! Peço-vos que me acompanheis de perto, com a oração, o conselho, a colaboração”.
O Papa Emérito Bento XVI compareceu a convite do Papa Francisco. Este o saudou tão logo ingressou na Basílica de São Pedro. Esta foi a primeira participação do Pape Emérito em uma solenidade desde sua renúncia em 11 de fevereiro de 2013. Cogita-se que poderia participar da vindoura canonização dos Beatos João Paulo II e João XXIII, em 27 de abril próximo.
Os 19 cardeais consolidam uma mudança no perfil da hierarquia eclesial conduzida pelo Espírito Santo. Aqueles com direito a voto em conclave estão geograficamente divididos pela metade entre aqueles do Hemisfério Sul e da América do Norte (61) e Europeus (61).

Isso permite que muitos países com grande quantidade de fiéis tenha melhores vias de comunicação com a totalidade da Igreja e possam assim participar mais ativamente da construção do Reino de Deus. Dos 19 novos cardeais, cinco são latino-americanos (Argentina, Chile, Brasil, Haiti, Nicarágua), dois africanos (Costa do Marfim e Burkina Faso) e dois asiáticos (Coréia do Sul e Filipinas). Mas vários dos europeus tiveram significativas vivências na América Latina. Dom Orani Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro, foi criado cardeal.

Fontes:

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Saudação da CNBB ao novo bispo Caicó (RN)

Com a notícia da nomeação do padre Antonio Carlos Cruz Santos como bispo da diocese Caicó – RN, a CNBB divulga nesta quarta-feira, 12, mensagem assinada pelo secretário geral, dom Leonardo Steiner. A Conferência acolhe o padre Antônio como seu novo membro e deseja a ele "um pastoreio abençoado na Igreja Particular que o recebe como novo Pastor". A seguir, a íntegra da mensagem:

Saudação ao novo bispo Caicó (RN)

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB acolhe, com alegria, a nomeação do Revmº. Padre Antônio Carlos Cruz Santos como Bispo da Diocese Caicó – RN. O Papa Francisco o nomeou, hoje, 12 de fevereiro.

Natural do Rio de Janeiro, nasceu em 1961 e recebeu a ordenação presbiteral em 1992. É membro da Congregação dos Missionários do Sagrado Coração de Jesus (MSC).

Acolhemos o Revmº. Padre Antônio como novo membro da CNBB, desejando-lhe uma profícua caminhada episcopal, na comunhão e na fidelidade à Igreja. Como nos ensina o papa Francisco em sua primeira Exortação Apostólica “Evangelii Gaudium”, a alegria do evangelho é uma alegria missionária.  Assim, “o Bispo deve favorecer sempre a comunhão missionária na sua Igreja diocesana, seguindo o ideal das primeiras comunidades cristãs, em que os crentes tinham um só coração e uma só alma” (EG, 31).

Em comunhão com o povo das comunidades de Caicó, desejamos ao padre Antônio um pastoreio abençoado, fruto de abnegado serviço missionário a essa Igreja Particular que o recebe como novo Pastor.



Leonardo Ulrich Steiner

Bispo Auxiliar de Brasília


Secretário Geral da CNBB  

No meu itinerário Franciscano II

Todos nós somos chamados à santidade (“vós vos santificareis e sereis santos, porque eu sou santo”, Lv 11,44; 1Cor 1, 2; 1Pd 1, 15-16). E, por vezes, a misericórdia de Deus, para sua maior glória, tira-nos da miséria através de uma vocação particular.
A liturgia do último domingo me fez retornar à época em que Deus especialmente me lembrou disso.
Foi um chamado para um longo caminho, do qual até hoje eu apenas vejo o monte, sigo para lá, mas cabe a Deus decidir qual o destino. E, nesse monte, Deus nos vê de longe. Tudo que está perto passa, passa rápido. Mas o monte continua lá, impassível, vencendo o tempo e o espaço.
Pelos idos de 1994 ou 1995, por encaminhamento de Padre Penha, conheci Livanildo, o qual me apresentou a Pastoral Universitária. Mas não foi aí ainda que eu entendi o que isso significava ou o que era Igreja. Mas me apaixonei por aquele chamado antes mesmo de conhecê-lo.
Certo dia, movido pela Palavra, fui até o apartamento de Hildemar, e lá expus como eu fiquei maravilhado com esta frase:Vós sois o sal da terra”! Pois bem, “se o sal se tornar insosso, com que salgaremos?”! (Mt 5, 13)
É preciso trabalhar, cada um como foi chamado, pois, primeiro, o Reino de Deus (Mt 6, 33).
E, na mesma liturgia, São Paulo nos diz: “a minha palavra e a minha pregação não tinham nada dos discursos persuasivos da sabedoria, mas eram uma demonstração do poder do Espírito, para que a vossa fé se baseasse no poder de Deus e não na sabedoria dos homens” (1Cor 2, 4-5).
Saber deixar Deus agir, sem sermos omissos, é muito importante. Lembra a passagem na qual o Senhor nos ensina: “Quando fordes presos, não vos preocupeis nem pela maneira com que haveis de falar, nem pelo que haveis de dizer: naquele momento ser-vos-á inspirado o que haveis de dizer” (Mt 10, 19), “porque o Espírito Santo vos inspirará naquela hora o que deveis dizer” (Lc 12, 12).
Por isso se pode dizer que feliz é “o homem que teme o Senhor, e põe o seu prazer em observar os seus mandamentos” (Sl 111, 1), pois “aos que o temem deu-lhes o sustento” (Sl 110, 5).
Esses mandamentos são, acima de tudo, liberdade de tudo que é mundano e oprime o homem como espinhos (Mt 13, 22; Mc 4, 7; Lc 8, 7), por mais difícil que por vezes nosso compromisso possa parecer (“o mandamento que hoje te dou não está acima de tuas forças, nem fora de teu alcance”, Dt 30, 11).
Mas o mal nos convida a aderir a ele, como se o real e tangível fosse o verdadeiro bem (RATZINGER, Joseph. Jesus de Nazaré. Trad. por José Jacinto Ferreira de Farias, scj. São Paulo: Editora Planeta do Brasil, 2007. p. 41). Adverte-nos sobre o tema São Francisco de Assis: “mesmo que fosses tão arguto e sábio a ponto de possuíres toda a ciência, saberes interpretar toda espécie de línguas e perscrutares engenhosamente as coisas celestiais, nunca deverias gabar-te de tudo isso, porquanto um só demônio conhece mais das coisas celestiais e ainda agora conhece mais as da terra que todos os homens juntos” (c. V, 5-6). Da mesma forma, São Tiago: “Crês que há um só Deus. Fazes bem. Também os demônios crêem e tremem” (Tg 2, 19). E mais: “cada um é tentado pela sua própria concupiscência, que o atrai e alicia” (Tg 1, 14).
Por isso a grandeza de Deus se revela naqueles que buscam a santidade. Disse São Paulo que não procurou mostrar sabedoria, para que pudessem os ouvintes saborear as palavras do Espírito. De modo semelhante, disse Francisco que Deus não viu “entre os pecadores nenhum mais vil, nem mais insuficiente, nem maior pecador do que eu, e porque, para fazer aquela operação maravilhosa que ele quer fazer, não encontrou nenhuma criatura mais vil na terra; e por isso me escolheu para confundir a nobreza, grandeza, força, beleza e sabedoria do mundo, para que se saiba que toda virtude e todo bem vêm dele e não da criatura, e que nenhuma pessoa pode se gloriar diante dele; mas quem se gloria, glorie-se no Senhor, a quem pertencem toda honra e toda glória para sempre” (Fioretti, c. 10).
Portanto, não é na sabedoria do mundo que iremos encontrar nossas respostas. Ao contrário, é na entrega ao Amor de Deus que ela repousará: assim se manifesta nossa obediência.

“Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todas as tuas forças” (Dt 6, 5). Eis o primeiro grande mandamento.
“Quando no meio de vocês aparecer algum profeta ou intérprete de sonhos e apresentar a você um sinal ou prodígio - se esse sinal ou prodígio que ele anunciou se realiza e ele convida você: ‘Vamos seguir outros deuses (que você não conheceu) e vamos adorá-los’ - não dê ouvidos a esse profeta ou intérprete de sonhos. Trata-se de uma prova com que Javé seu Deus experimenta vocês, para saber se vocês de fato amam a Javé seu Deus com todo o coração e com todo o ser. Sigam a Javé seu Deus e a ele temam; observem seus mandamentos e lhe obedeçam; sirvam a ele, e a ele se apeguem.” (Dt 13, 2-5)
Nada deve nos afastar de Deus. “Amamos, porque Deus nos amou primeiro” (IJo 4, 19). Deus é Amor. Nada deve nos afastar desse amor.
“A luz que vemos é una com a luz que nos faz ver” (LELOUP, Jean-Yves. O Evangelho de João. Trad. por Guilherme Teixeira. Petrópolis: Vozes, 2000. p. 168). Sem o Amor de Deus, nada seríamos, pois não poderíamos amar.
E como isso se deturpa em nosso pecado original, nesse contato com o mundo que nos faz não conseguir enxergar a Deus? (Cf. ZUERCHER, osb, Suzanne. A espiritualidade do eneagrama: da compulsão à contemplação. São Paulo: Paulus, 2001. p. 18 e segs). Rousseau, ainda que com a visão, num contexto geral, presa aos contextos do mundo em que viveu, nos diz: “a astronomia nasceu da superstição; a eloqüência, da ambição, do ódio, da adulação, da mentira; a geometria, da avareza; a física, de uma vã curiosidade; todas, e a própria moral, do orgulho humano. As ciências e as artes devem seu nascimento aos nossos vícios: duvidaríamos menos das suas vantagens, se o devessem às nossas virtudes.” (Discurso sobre a ciência e as artes, segunda parte).
Retornando ao tema da tentação no deserto, primeiro, somos convidados a agir pela necessidade, sem julgarmos o acerto de nossa ação. Realizar a tentação fácil, o convite ao que está palpável, satisfazer a fome, ter.
É preciso nesse momento sermos firmes e dizermos que, sobre tudo e todos está Deus, pois o homem não vive somente de pão. Não são apenas as coisas materiais, mas o invisível divino é que nos completa. Mas para isso temos de estar preparados, sermos levados pelo Espírito (Lc 4, 1). Assim poderemos enfrentar a busca de Deus no “deserto”.
É quando a semente cai à beira do caminho, nos quais a Palavra não ecoa.
Esse momento será sobretudo forte naqueles que são voltados para a ação, nos quais o Espírito impele a agir na comunidade. Será uma provação para aqueles que têm a tentação de não deixar nada a faltar – a si ou aos outros - e, assim, sem perceber, pretendem prover mais do que Deus.
Amarás a Deus de todo o teu coração!

Uma outra etapa será voltada àqueles que mais se recolhem no seu pensamento. Vencida a primeira tentação, o convite do mal – que sempre propõe supostamente um bem - se volta para aquele que avaliou o bem e o mal. E, em assim agindo, crê fazer o bem quando na verdade faz o mal…
É a semente que chega a fazer raízes, mas é volúvel às coisas do mundo.
Rapidamente, a necessidade que ultrapassou o primeiro momento transforma-se na sensação de poder. Mas, só a Deus devemos adorar.
Devemos ter serenidade para avaliar que o fruto daquelas ações é mau (Mt 12, 33). E, assim, em radicalidade franciscana, optar pelo Bem. Jamais, pelo aparente abrandamento do Mal, equivalente à flagelação do Cristo por Pilatos.
Acreditar que Deus deseja que persistamos na ação que evidentemente não está de acordo com os mais óbvios preceitos cristãos e atentam contra a Família, a Igreja, o outro, a dignidade humana, a Trindade, é aceitar a oferta do Poder sobre o temporal. É deixar de adorar a Deus e substitui-lo por nossa livre avaliação.
É a ausência da pobreza de espírito de que nos fala São Francisco em suas admoestações (c. XIV).
Resolve-se assim a carência por uma apresentação tranqüila perante o mundo daqueles que se acham pouco amados.
Amarás a Deus de toda a tua alma!

Por fim, aquele que está preso a este mundo não cessa de nos convidar. Uma vez que tenhamos nos negado a fazer o que está à mão, que tenhamos visto que era errado e persistidos firmes em Deus, ele buscará a sensação de fraqueza que ainda nos resta. Seremos tentados a não ver que Cristo com os anjos une o céu e a terra (“os anjos o serviam”, Mc 1, 13).
Será a vez de nos cegar e, sem mais pensarmos que fazemos do certo o errado, compreendendo que algo é errado e, ainda assim, fazê-lo. É a entrega definitiva ao erro. É o salto do alto do Templo (Lc 4, 9).
Mas, “não tentará ao Senhor, teu Deus”.
O Amor a Deus impede que nos entreguemos abertamente ao erro. Isso seria duvidar de Deus e por-lhe à prova. Não tentarás!
Isso fala profundamente nas pessoas mais impetuosas, prontas a agirem tomadas pela paixão e o calor do momento. Não tentarás! Só Deus é o Senhor.
É a semente que luta contra os espinhos…
Amarás a Deus de todas as tuas forças!

Amando a Deus no próximo com nosso pensamento, alma, coração e forças, poderemos chamá-lo de Pai em nossa inteireza. Faremos com que os céus encontrem a terra e Deus nos conduza em nossa missão.
A cada momento de nosso dia devemos refletir sobre a frase que eu devo dizer ("nem só de pão", "só a Deus adorarás...", "não tentarás..."), conforme o desejo que eu sinta no momento. E, sobretudo, ver a Deus no próximo. E isso significa compreender que estamos no mundo para servir, e não impor a nossa vontade.
Afinal, "o cristão que reza não pretende mudar os planos de Deus nem corrigir o que Deus previu; procura, antes, o encontro com o Pai de Jesus Cristo" e "quem caminha para Deus não se afasta dos homens" (Deus Caritas Est, n. 37, 42).


Sobretudo neste momento, atentemos para a advertência do Santo de Assis: “guardemo-nos muito para que, sob a aparência de alguma recompensa ou de obra ou de ajuda, não percamos ou afastemos do Senhor a nossa mente e o nosso coração” (Regra Não Bulada, c. XXII, 25), para que “os negócios e … cuidados mundanos” (n. 20) não sejam porta de entrada para o Mal e o afastamento de Deus e dos irmãos. Humildade e pobreza de espírito devem ser nossos objetivos.

Paz e Bem!

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

No meu itinerário franciscano

Hoje gostaria de compartilhar algumas reflexões e imagens que me ocorreram.
Há uma forma de soberba que contamina sutilmente a nossa alma e ali instala as sementes de joio. Ela é relacionada ao pecado original, a uma busca de satisfação no mundo pelo homem e parte da consciência que a pessoa tem de suas próprias qualidades, virtudes e habilidades.
Sua manifestação mais sutil é quando se acha que pode mudar não uma pedra de cada vez, não o seu pequeno trabalho, mas o mundo. E não me refiro aos desejos mais altaneiros, mas a uma sensação de que se pode fazer tudo pelo outro. Uma sensação de segurança na própria arte ou saber que contamina a consciência de que essa possibilidade apenas pode vir de Deus. Essa é a tentação que se instala paulatinamente no deserto. Transformar a pedra em pão, aceitar o mal, jogar-se no abismo: fazer o mal que nos alivia, aceitar o errado como certo, adotar uma vida de práticas equivocadas (ver "minhas palavras, teus lábios").
Mudar o mundo é possível. Muitas coisas são possíveis a um só quando esse um quer algo. Mas há motivos justos e injustos para ser rico, há motivos justos e injustos para ser pobre e assim por diante. Tudo depende desse motivo. A questão não é a empreitada, é porque eu vou dar aquele passo.
Lembro de ter lido nos escritos da vida de São Francisco uma advertência do santo de Assis de que o mal faz crer ao virtuoso que ele faz o bem quando persiste no erro.
Por isso duas imagens podem ajudar.
A primeira, é a daquele que, diante de um espaço vazio para um jardim nada planta. Não cuida da terra, não faz nada. Apenas observa. Virão as ervas daninhas e irão tomar conta do terreno. Mesmo que insista em acreditar que não fez o mal, ele não pode dizer que fez o bem. Ele não manteve a prática do bem. Não precisou semear as ervas sufocantes. Elas vieram e cresceram no lugar. Porém, se cultivar e ornar o seu jardim, então poderá cuidar do que deve ser arrancado e de ter espaço para as belezas simples da natureza que resolvam nascer.
A segunda, é a missão da pessoa que compra matéria-prima para fabricar uma obra de arte. Ela está ali para fazer surgir a beleza de suas mãos. Ela até pode saber como, mas não precisa extrair da natureza aquele material. Esse trabalho pertence a outro. Porém, a qualidade do que faz será intimamente relacionada em conhecer esse processo. Ele precisa conhecer o que adquire para utilizar. Dessa forma deve ser o modo como suavemente deixamos Deus agir no nosso dia-a-dia. Assim deve ser o modo como devemos transformar em atos cotidianos e firmes as palavras do Evangelho.
Haverá os momentos de ir buscar o Evangelho, de pregar a Palavra de Deus. Mas haverá aqueles em que tudo o que deveremos saber fazer – e por isso cada um é chamado conforme sua vida – é coloca-la em prática na nossa vida e na vida do outro.


Paz e Bem!

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Pôr a luz no candeeiro

Muitas vezes, temos notícias de pessoas que fazem coisas horríveis. Cometem atrocidades. Isso nos ajuda a refletir no Evangelho de hoje. Missão da nossa cruz: "com a mesma medida com que medirdes, também vós sereis medidos" (Mt 4, 24).
Essas são as ovelhas que Cristo nos envia para buscar. Davi agradece porque recebeu tudo (" Quem sou eu, Senhor Deus, que é a minha família, para que me tenhas conduzido até aqui?"; 2Sm 7, 18). E quem perdeu? Por culpa ou por fracasso.
Sempre acho que o inimigo será alguém que fez algo errado, mas que eu posso aceitar depois de corrigido, ou ao menos parecido comigo. Mas não. Esses são apenas fruto da minha inveja, vaidade, orgulho ou apego aos bens materiais. Há os filhos do preconceito e os marginalizados. Não são "coitadinhos", nem "pobrezinhos"; esses todos querem ajudar. São aqueles que o Mal luta por eles. Valem muito. Pois essas ovelhas perdidas causam tristeza ao Pai! Vamos corajosamente atrás delas. Eu vou começar dentro de mim. Primeiro, jogar fora tudo que me impede de ver Cristo no outro.
Depois, dar testemunho de vida cristã. Repreendendo, corrigindo, mas, sobretudo, amando.
Paz e Bem, bom dia!

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Notícia: Ampola com o sangue de João Paulo II é roubada de igreja na Itália

Irmãos, principalmente pelas suspeitas que a reportagem aponta, precisamos orar por Nosso Senhor Jesus Cristo, cuja obra se manifesta por seus santos.


Clique aqui para a reportagem: Ampola com o sangue de João Paulo II é roubada de igreja na Itália

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Honorificência pontifícia com o título de monsenhor atribuível só a padres com 65 anos

De News.va. Clique: Honorificência pontifícia com o título de monsenhor atribuível só a padres com 65 anos

A propósito dos “títulos eclesiásticos” e da designação de “monsenhor”, a Secretaria de Estado da Santa Sé enviou uma circular às Nunciaturas Apostólicas para que informem os episcopados que^, de agora em diante, nas dioceses, o único “título eclesiástico” honorífico que será concedido (e a que corresponde o título de “monsenhor”) é o de “Capelão de Sua Santidade” e será atribuído apenas a sacerdotes que tenham completado 65 anos de idade.
A norma não tem efeitos retroactivos. Quem recebeu anteriormente este título, conserva-o.Como fizeram justamente notar alguns comentadores, já Paulo VI, em 1968, tinha reduzido a três os títulos eclesiásticos honoríficos. A decisão do Papa Francisco coloca-se na mesma linha, como ulterior simplificação.

sábado, 2 de novembro de 2013

Creio na Ressurreição

Hoje é Dia de Finados. Dia de lembrarmos nossa finitude e CERTEZA de que os céus estão à nossa espera, pois Cristo morreu e ressuscitou. Ele nos mostra o caminho como o primeiro a atravessá-lo definitivamente.
E, unidos a Ele, estamos unidos a toda a sua Igreja, que é o seu corpo. E a Igreja é seu Povo, na terra ou nos céus. Então nessa fé rezemos a Cristo pelos irmãos que ainda não alcançaram a Glória.
Paz e Bem!

Questões sobre fé

Porque você tem fé ?
essa é uma pergunta difícil. E é difícil porque, para um crente (para quem acredita, tem fé) é como indagar porque ele acredita que respira. Por que crê no ar?
Assim, para poder responder, é preciso antes que alguém ajude e diga porquê não crê.

Por que acredita na Igreja?

Essa é uma pergunta vaga e que pode levar o entendimento entre quem quer saber - quem pergunta - e quem deseja explicar - quem responde - a um diálogo vazio.
A palavra Igreja, como consta na linguagem atual, é um som de muitos significados. E mesmo entre os que acreditam professar as mesmas dúvidas sobre ela, pode ter diferentes alcances quando examinado de perto.
A Igreja é a comunidade que se organiza ao redor de Cristo. É mistério de salvação e por Cristo, com Cristo e em Cristo, forma uma só existência corpórea mística.
A Igreja é um local para o encontro principalmente comunitário com Deus.
A Igreja está em cada um que faz parte desse Povo que atravessa espaço e tempo.
Qual a "Igreja"que se pretende conhecer?

Você acredita que o papa não erra?

O Papa é um dos irmãos dessa Igreja com uma função sacerdotal mais específica, profundamente ligada à unidade da fé e à liderança na pregação.
Mas é humano e os católicos (o catolicismo é uma forma de estar no mundo, agir conforme certo conjunto de crenças) não acreditam que esteja livre de erros e pecados.
Porém, atendendo às manifestações da Igreja e sentindo-se espiritualmente apto, ele pode excepcionalmente proclamar preceitos de fé e moral que passarão a integrar o conjunto de entendimentos católicos sobre a Revelação divina.
A Igreja é um grande espaço de debates e aprofundamento das idéias sobre a fé.

domingo, 6 de outubro de 2013

Francisco por Francisco

Praça São Francisco de Assis
Sexta-feira, 4 de Outubro de 2013

«Bendigo-Te, ó Pai, Senhor do Céu e da Terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e aos entendidos e as revelaste aos pequeninos» (Mt 11, 25).

A todos, paz e bem! Com esta saudação franciscana, agradeço-vos por terdes vindo a esta Praça, cheia de história e fé. Para rezarmos juntos.

Como tantos outros peregrinos, também eu vim hoje, para bendizer o Pai por tudo o que quis revelar a um destes «pequeninos» de que nos fala o Evangelho: Francisco, filho de um comerciante rico de Assis. O encontro com Jesus levou-o a despojar-se de uma vida cómoda e despreocupada, para desposar a «Senhora Pobreza» e viver como verdadeiro filho do Pai que está nos céus. Esta escolha, feita por São Francisco, constituía uma maneira radical de imitar a Cristo, de se revestir d'Aquele que, sendo rico, Se fez pobre para nos enriquecer por meio da sua pobreza (cf. 2 Cor 8, 9). Em toda a vida de Francisco, o amor pelos pobres e a imitação de Cristo pobre são dois elementos indivisivelmente unidos, as duas faces de uma mesma medalha.

De que nos dá hoje testemunho São Francisco? Que nos diz ele, não com as palavras – isso é fácil –, mas com a vida?

1. A primeira coisa que nos diz, a realidade fundamental de que nos dá testemunho é esta: ser cristão é uma relação vital com a Pessoa de Jesus, é revestir-se d'Ele, é assimilação a Ele.

De onde começa o caminho de Francisco para Cristo? Começa do olhar de Jesus na cruz. Deixar-se olhar por Ele no momento em que dá a vida por nós e nos atrai para Ele. Francisco fez esta experiência, de um modo particular, na pequena igreja de São Damião, rezando diante do crucifixo, que poderei também eu venerar hoje. Naquele crucifixo, Jesus não se apresenta morto, mas vivo! O sangue escorre das feridas das mãos, dos pés e do peito, mas aquele sangue exprime vida. Jesus não tem os olhos fechados, mas abertos, bem abertos: um olhar que fala ao coração. E o Crucifixo não nos fala de derrota, de fracasso; paradoxalmente fala-nos de uma morte que é vida, que gera vida, porque nos fala de amor, porque é o Amor de Deus encarnado, e o Amor não morre, antes derrota o mal e a morte. Quem se deixa olhar por Jesus crucificado fica recriado, torna-se uma «nova criatura». E daqui tudo começa: é a experiência da Graça que transforma, de sermos amados sem mérito algum, até sendo pecadores. Por isso, Francisco pode dizer como São Paulo: «Quanto a mim, de nada me quero gloriar, a não ser na cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo» (Gal 6, 14).

Voltamo-nos para ti, Francisco, e te pedimos: ensina-nos a permanecer diante do Crucifixo, a deixar-nos olhar por Ele, a deixar-nos perdoar, recriar pelo seu amor.

2. No Evangelho, ouvimos estas palavras: «Vinde a Mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e Eu hei-de aliviar-vos. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de Mim, porque sou manso e humilde de coração» (Mt 11, 28-29).

Esta é a segunda coisa de que Francisco nos dá testemunho: quem segue a Cristo, recebe a verdadeira paz, a paz que só Ele, e não o mundo, nos pode dar. Na ideia de muitos, São Francisco aparece associado com a paz; e está certo, mas poucos vão em profundidade. Qual é a paz que Francisco acolheu e viveu, e nos transmite? A paz de Cristo, que passou através do maior amor, o da Cruz. É a paz que Jesus Ressuscitado deu aos discípulos, quando apareceu no meio deles (cf. Jo 20, 19.20).

A paz franciscana não é um sentimento piegas. Por favor, este São Francisco não existe! E também não é uma espécie de harmonia panteísta com as energias do cosmos... Também isto não é franciscano! Também isto não é franciscano, mas uma ideia que alguns se formaram. A paz de São Francisco é a de Cristo, e encontra-a quem «toma sobre si» o seu «jugo», isto é, o seu mandamento: Amai-vos uns aos outros, como Eu vos amei (cf. Jo 13, 34; 15, 12). E este jugo não se pode levar com arrogância, presunção, orgulho, mas apenas se pode levar com mansidão e humildade de coração.

Voltamo-nos para ti, Francisco, e te pedimos: ensina-nos a ser «instrumentos da paz», da paz que tem a sua fonte em Deus, a paz que nos trouxe o Senhor Jesus.

3. Francisco começa assim o Cântico das Criaturas: «Altíssimo, omnipotente, bom Senhor, (...) louvado sejas (...) com todas as tuas criaturas» (FF, 1820). O amor por toda a criação, pela sua harmonia ! O Santo de Assis dá testemunho de respeito por tudo o que Deus criou e como Ele o criou, sem fazer experiências sobre a criação destruindo-a; mas ajudá-la a crescer, a ser mais bela e semelhante àquilo que Deus criou. E sobretudo São Francisco dá testemunho de respeito por tudo, dá testemunho de que o homem é chamado a salvaguardar o homem, de modo que o homem esteja no centro da criação, no lugar onde Deus – o Criador – o quis; e não instrumento dos ídolos que nós criamos! A harmonia e a paz! Francisco foi homem de harmonia e de paz. Daqui, desta Cidade da Paz, repito com a força e a mansidão do amor: respeitemos a criação, não sejamos instrumentos de destruição! Respeitemos todo o ser humano: cessem os conflitos armados que ensanguentam a terra, calem-se as armas e que, por toda a parte, o ódio dê lugar ao amor, a ofensa ao perdão e a discórdia à união. Ouçamos o grito dos que choram, sofrem e morrem por causa da violência, do terrorismo ou da guerra na Terra Santa, tão amada por São Francisco, na Síria, em todo o Médio Oriente, no mundo inteiro.

Voltamo-nos para ti, Francisco, e te pedimos: alcançai-nos de Deus o dom de haver, neste nosso mundo, harmonia, paz e respeito pela criação!

Não posso, enfim, esquecer que hoje a Itália celebra São Francisco como seu Padroeiro. E formulo os melhores votos para todos os italianos, na pessoa do Chefe do Governo, aqui presente. Disso mesmo é expressão também o gesto tradicional da oferta do azeite para a lâmpada votiva, que este ano compete precisamente à Região da Úmbria. Rezemos pela Nação Italiana, para que cada um trabalhe sempre pelo bem comum, olhando mais para o que une do que para o que divide.

Faço minha a oração de São Francisco por Assis, pela Itália, pelo mundo: «Peço-Vos, pois, ó Senhor Jesus Cristo, pai das misericórdias, que Vos digneis não olhar à nossa ingratidão, mas recordai-Vos da superabundante compaixão que sempre mostrastes [por esta cidade], para que seja sempre o lugar e a morada de quantos verdadeiramente Vos conhecem e glorificam o vosso bendito e gloriosíssimo nome pelos séculos dos séculos. Amen» (Espelho de perfeição, 124: FF

http://www.vatican.va/holy_father/francesco/homilies/2013/documents/papa-francesco_20131004_omelia-visita-assisi_po.html

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Por-se a caminho (S. Pio de Pietrelcina - 23/09)

Quem, dentre vós todos, pertence ao seu povo?Que o Senhor, seu Deus, esteja com ele, e que se ponha a caminho e suba a Jerusalém. (Esd 1, 3)





Quem está com Deus, põe-se a caminho. E esse caminho leva à edificação de um Templo santo. Um Templo que deve ser nossos corações, nossos sentimentos e nossas ações.
São Pio era um homem tomado de Deus, de compaixão, de Amor. Sábio nos gestos.

"Os que semeiam entre lágrimas, colherão com alegria" (Sl 125, 5)

É preciso estar ciente de que cada momento vivido representa um passo. Um caminho vivido significa que cada passo foi dado com a companhia de Deus. Estar ao lado de Deus é o caminho, a verdade e a vida.
São Pio soube horar e procurar o conselho de Deus nos momentos de dificuldade.

"Tudo o que está escondido tornar-se-á manifesto. [...] a quem tem alguma coisa, será dado ainda mais; e àquele que não tem, será tirado até mesmo o que ele pensa ter" (Lc 8, 17-18)

O que eu penso ter? O que eu penso merecer?
Tudo aquilo que eu penso merecer provindo da carne, dos homens, eu não tenho; disso sou vazio. O que se pensa ter, não se tem. Porém, aquele que tem as Palavras de Deus escritas na sua vida, receberá ainda mais.
É preciso ter Deus por prioridade; estar atento às armadilhas do caminho. O importante é fazer as coisas pelo sentido que possam ter de verdadeiro. Pois tudo se tornará manifesto e assim a Verdade poderá resplandecer em vós.
São Pio demonstrou humildade, serviço e santidade; o que tinha para oferecer. Amou e foi amado por Deus.

Como ele, sejamos orantes.
Paz e Bem!


domingo, 18 de agosto de 2013

Fraternidade debate rumos pastorais

Encontro Paroquial

Momento de descontração fraterna no Centro Pastoral da Paróquia de Nossa Senhora da Apresentação (Natal, Centro, matriz, catedral velha)

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Deus também é Pai



“Naquele tempo, Jesus disse: Eu te louvo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste essas coisas aos sábios e inteligentes, e as revelaste aos pequeninos. Sim, Pai, porque assim foi do teu agrado. Meu Pai entregou tudo a mim. Ninguém conhece o Filho, a não ser o Pai, e ninguém conhece o Pai, a não ser o Filho e aquele a quem o Filho quiser revelar.”
(Mt 11, 25-27)


Quando Cristo teve de explicar às pessoas como é o Criador, Ele o chamou de Pai!
Quando ensinou a rezar, ensinou-os a se aproximar de Deus como de um Pai, o Nosso Pai.
Um Deus do qual ninguém ousava se aproximar ou ver a face. Agora, podemos nos dirigir a Ele com simplicidade, como filhos e como irmãos.
A segurança com que ousamos nos aproximar da Força Divina, que tudo criou, revelaria nossa pequenez. Mas que desaparece diante da misericórdia divina, da certeza de ser amado.
É uma doação incondicional, uma amar generoso que provém do íntimo do ser. Esse sentimento pode ser expresso pela palavra de origem latina miseri-córdia (=ter piedade-coração). Em hebraico, seria Hesed ou Rahamim (cf. Carta Encíclica Dives in Misericordia, do Beato João Paulo II, sobre a Misericórdia Divina).
.

Ninguém conhece o Filho, a não ser o Pai, e ninguém conhece o Pai, a não ser o Filho e aquele a quem o Filho quiser revelar

Assim disse Jesus: “que a luz de vocês brilhe diante dos homens, para que eles vejam as boas obras que vocês fazem, e louvem o Pai de vocês que está no céu.” (Mt 5, 16). É o Pai que vê as obras de Penitência que praticamos escondido (Mt 6), que acolhe o Filho Pródigo, que deve ser honrado, que conhece o que aproveitar de seu tesouro para a família (Mt 13, 52). Disse ainda Jesus: “se vocês, que são maus, sabem dar coisas boas a seus filhos, quanto mais o Pai de vocês que está no céu dará coisas boas aos que lhe pedirem”. (Mt 7, 11)
Mas às vezes podemos pensar que nem todos têm uma boa relação com seus pais na Terra. Que nem todos os pais agem como São José, pai adotivo de Jesus, e a quem o Senhor aprendeu a chamar de Pai e respeitar.
Deus nos dá pais neste mundo. E nunca estamos numa família por obra do acaso. Nela tanto aprendemos quando ensinamos.
Mas imaginar Deus apenas com as imagens deste mundo seria limitar-se às coisas terrenas e, portanto, uma forma de idolatria. Por melhor que seja nosso pai, Deus não é o Pai que temos, é o que os Pais têm a missão de ser (“sejam perfeitos como é perfeito o Pai de vocês que está no céu”, Mt 5, 48). Por isso encontramos Nele tanto amor. Na família, “todos os membros evangelizam e são evangelizados” (Paulo VI, Evangelii Nuntiandi, n. 71).
“Da mesma forma como a chuva e a neve, que caem do céu e para lá não voltam sem antes molhar a terra, tornando-a fecunda e fazendo-a germinar, (…) assim acontece com a minha palavra” (Is 55, 10-11). Deus germina e faz nascer. A terra dá frutos de Justiça, como Maria deu à luz o Senhor.
Esse criador “não é nem homem nem mulher, é Deus. Transcende também a paternidade e a maternidade humanas (…) ninguém é pai como Deus o é” (CIC 239).
Na Oração do Senhor, quando dizemos “Pai Nosso, que estais no céu”, entramos em comunhão com Ele e, portanto, com a Igreja, corpo de Cristo. Descobrimo-nos como filhos de Deus e que assim devemos agir. O povo de Deus se entende como entregue a Ele, “Eu sou Deus, o seu Deus” (Sl 49, 7), nosso Deus. E é dever de todos os batizados levá-lo aos pequeninos, aos marginalizados e aos que precisam do Amor do Pai (a oração da manhã finaliza assim: “que no decurso deste dia, eu Te revele a todos”).
Rezar ao Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, do qual também procede o Espírito Santo, deve ser feito sempre de modo consubstancial e indivisível, reza-se ao Pai, com o Filho e o Espírito Santo. É junto a Ele que Cristo intercede sem cessar. 

Ninguém conhece o Filho, a não ser o Pai

Deus é Pai não apenas porque cria, mas por sua bondade e ternura. E, acima de tudo, é Pai em razão de seu Filho, Jesus Cristo. Eis uma consideração fundamental para o dogma da Trindade. Deus também é Pai a partir da geração de seu Filho, que assim se apresentou.
“Oh! como é glorioso, santo e grande ter nos céus um Pai!” (São Francisco de Assis, Exortação aos irmãos e às irmãs sobre a Penitência, cap. I, n. 11)
A experiência de refletir na terra a relação carinhosa entre os Pais e os filhos deve ser um reflexo da união entre Deus-Pai e Deus-Filho, com a força do Espírito Santo. Devemos ser misericordiosos no julgar uns aos outros. É importante vermos as qualidades mais que os defeitos.
O Pai ensina, dá forças, cuida, sofre, angustia-se e deve ter a fortaleza necessária para transmitir segurança e apoiar nos momentos difíceis. É um cuidar para dar espaço à família, para levá-la e protegê-la como fez São José em Nazaré.


Amém, Paz e Bem!

Tríduo de Santa Clara - Convento de Santo Antônio


http://conventosantoantonionatalrn.blogspot.com.br/2013/08/triduo-em-honra-santa-clara-09-de-agosto.html

TRÍDUO EM HONRA A SANTA CLARA - 09 de agosto

Verde. 6ª-feira da 18ª Semana Tempo Comum 
Leituras
1ª Leitura - Dt 4,32-40
Salmo - Sl 76,12-13. 14-15. 16.21 (R.12a)
Evangelho - Mt 16,24-28


Bênção de Santa Clara - Introdução
A Legenda de Santa Clara, n. 45, diz que ela “abençoou seus devotos e devotas e implorou a graça de uma ampla bênção sobre todas as senhoras dos mosteiros de pobres, tanto presentes como futuras”. É característico que fale em “devotos e devotas”, porque essa acentuação de masculino e feminino não era comum no seu tempo mas é uma das originalidades mais notáveis da Bênção de Santa Clara que nós conhecemos. Temos diversas variantes do texto, em latim ou na fala medieval dos franceses, dos alemães e dos italianos, ligadas à Carta a Ermentrudes de Bruges, ou a uma das Cartas a Inês de Praga, ou dirigida a todas as Irmãs.

As Clarissas liam essa bênção mais ampla logo após o Testamento, desde séculos. Hoje, com a descoberta do texto da Bênção nos mesmos manuscritos do século XIV em que se teve certeza do Testamento, se acredita que o original, calcado como a bênção de São Francisco no texto do livro dos Números, pode ter sido uma fórmula geral que Clara usou mais de uma vez. Para as Fontes Clarianas, usamos o texto latino e a divisão em versículos da obra de M.F.Becker, J.F.Godet, T.Matura, Claire d’Assise: Écrits (Paris, Les Editions Du Cerf, 1985). Mas para esta versão na Internet revisamos o texto pelas “Fontes Franciscani”.

A bênção complementa os valores originais de Clara já expressos na Forma de Vida e no Testamento.


Bênção de Santa Clara


1 Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo (cfr. Mat 28,19). 
2 O Senhor as abençoe e guarde; 3 mostre-lhes o seu rosto e tenha misericórdia de vocês; 4 volte a sua face para vocês e lhes dê a paz (cfr. Num 6,24-26), a vocês minhas irmãs e filhas, 5 e a todas as outras que vierem e permanecerem em sua comunidade, e a todas as outras, tanto presentes quanto futuras, que perseverarem até o fim nos outros mosteiros das senhoras pobres. 
6 Eu, Clara, serva de Cristo, plantinha do nosso bem-aventurado pai São Francisco, irmã e mãe de vocês e das outras irmãs pobres, embora indigna, 7 rogo a nosso Senhor Jesus Cristo, por sua misericórdia e por intercessão de sua santíssima Mãe Santa Maria, de São Miguel Arcanjo e de todos os anjos de Deus, do nosso bem-aventurado pai Francisco e de todos os santos e santas, 8 que o próprio Pai celeste lhes dê e confirme esta sua santíssima bênção no céu e na terra (cfr. Gn 27,28): 9 na terra, fazendo-as crescer na graça e em virtude entre seus servos e servas na sua Igreja militante; 10 no céu, exaltando-as e glorificando-as na Igreja triunfante entre os seus santos e santas. 
11 E as abençôo em minha vida e depois de minha morte, como posso, com todas as bênçãos 12 com que o Pai das misericórdias (cfr. 2Cor 1,3) abençoou e abençoará seus filhos e filhas no céu (cfr. Ef 1,3) e na terra, 13 e com os quais um pai e uma mãe espiritual abençoaram e abençoarão seus filhos e filhas espirituais. Amém. 
14 Amem sempre as suas almas e as de todas as suas Irmãs, 15 e sejam sempre solícitas na observância do que prometeram a Deus. 
16 O Senhor esteja sempre com vocês (cfr. Lc 1,28; 2Cor 13,11) e oxalá estejam vocês também sempre com Ele. Amém. 

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Festa de Santa Maria dos Anjos

Hoje é dia de Santa Maria dos Anjos da Porciúncula; dia da indulgência Plenária do Perdão de Assis.

Haverá Terço Franciscano na Fraternidade São Francisco de Assis (Natal centro) às 17:30 e missa no Convento de Santo Antônio (Igreja do Galo) em seguida.

quinta-feira, 18 de julho de 2013

A cidade do Rio se veste de JMJ

 
 
"Falta menos de uma semana para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ Rio2013). E, com a proximidade do evento, a cidade do Rio de Janeiro, da Zona Norte à Zona Sul, já está toda enfeitada para os seis dias em que receberá a juventude mundial. Em uma caminhada pelas ruas, os peregrinos e voluntários da JMJ Rio2013, que já estão chegando ao Rio, deparam-se com o logo da Jornada em outdoors, adesivos, banners, camisas, broches e até mesmo em esculturas de areia na Praia de Ipanema.
Essa divulgação da JMJ Rio2013 pela cidade não é de agora. Teve início há cerca de um ano, com a idealização do “Dia D da JMJ” pelos jovens cariocas, ou seja, um dia em que todos os jovens deveriam vestir a camisa oficial da JMJ Rio2013. Ficou acertado que seria o dia 23, pois remete ao dia de início das atividades da JMJ (23 de julho), e, então, foram criados eventos e mensagens nas redes sociais para divulgar o “Dia D da JMJ”. Com o sucesso da iniciativa, os jovens de outros estados e até de outros países também resolveram participar, e, a partir daí, todo mês a divulgação é realizada, sempre no dia 23."
...
 
 
 

Deus nos liberta e conduz


 

"E decidi tirar-vos da opressão do Egito e conduzir-vos [...] a uma terra onde corre leite e mel."

(Ex 3, 17)

 

“Vinde a mim todos vós que estais cansados e fatigados sob o peso dos vossos fardos, e eu vos darei descanso."

(Mt 11, 28)

 

Cristo torna presente esse Deus que não passa, Deus que É, de geração em geração, e existe em aliança perfeita com a criação.

 

Pois, ele é "Deus dos vivos" (Mt 22, 32; Mc 12, 27; Lc 20, 38) e o Pai "o constituiu Juiz dos vivos e dos mortos" (At 10, 42). Assim testemunham os Evangelistas.

 

Por isso seu jugo é suave e seu fardo leve (Mt 11, 30): Ele não nos abandona. A Ele, "até o vento e o mar obedecem" (Mt 8, 27; Mc 4, 41; Lc 8, 25). Quando nossa “pouca fé” nos abre a alma para o desespero, não conseguimos ver que Ele está sereno e ao nosso lado. Depois, tudo fica calmo, a Paz retorna (Mt 8, 26; Mc 4, 39; Lc 8, 24), pois sabemos que estamos com Ele.

 

Mas será próprio a nós, quando sentirmos no rosto o vento, os problemas do mundo, fazermos como Pedro e dizer: “Senhor, salva-me” (Mt 14, 30). E será próprio a Deus estender-nos a mão e reconciliar a criação.

 

Ele nos pede para tomarmos a cruz em nossos ombros, mas foi o primeiro a carregá-la.

 

Paz e Bem!

 

 

“Porque nenhum de vocês vive para si mesmo, e ninguém morre para si mesmo. Se vivemos, é para o Senhor que vivemos; se morremos, é para o Senhor que morremos. Quer vivamos, quer morramos, pertencemos ao Senhor. Cristo morreu e voltou à vida para ser o Senhor dos mortos e dos vivos.”

(Rm 14, 7-9)

 


 

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Corpus Christi

Sabemos que:

"Francisco gostava de visitar igrejas, de estar nas igrejas. Estimulava os confrades a tomar a mesma atitude. Inclusive uma das primeiras orações que ensinou aos confrades foi para quando entrassem numa igreja. Ei-la:

Nós vos adoramos, Santíssimo Senhor Jesus Cristo, aqui e em todas as igrejas que estão no mundo inteiro, e vos bendizemos; porque pela vossa santa cruz remistes o mundo

Francisco passava semanas e meses em oração no eremitério do cárcere e transcorria as noites repetindo:


"MEU DEUS, MEU TUDO"..."
(Frei Vito Hofmann, OFM, em www.mundocatolico.com.br/FFBNEII/SaoFranciscoIrmaoAlegre.doc)

E dizia Francisco:

"São réprobos todos aqueles que viram o Senhor Jesus Cristo em sua humanidade sem enxergá-lo segundo o espírito e a divindade e sem crer que Ele é o verdadeiro Filho de Deus.
De igual modo São hoje em dia réprobos todos aqueles que - embora vendo o sacramento do corpo de Cristo que, pelas palavras do Senhor, se torna santamente presente sobre o altar, sob as espécies de pão e vinho, nas mãos do sacerdote - não olham segundo o espírito e a divindade, nem crêem que se trata verdadeiramente do corpo e do sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo. Atesta-o pessoalmente o Altíssimo quando diz:
"Este é o meu corpo e o sangue da nova Aliança" (cf. Mc 14,22); e: "Quem comer a minha carne e beber o meu sangue ter a vida eterna" (cf. Jo 6,55).
Por isso é o Espírito do Senhor, que habita nos seus fiéis quem recebe o santíssimo corpo e sangue do Senhor (cf. Jo 6,62).
Todos aqueles que não participam desse espírito e no entanto ousam comungar, "comem e bebem a sua condenação" (lCor 11,29)." (São Francisco, Admoestações, I)

Tudo isso nos fala da importância da Eucaristia. A instituição da Eucaristia é graça que se medita no 5o mistério luminoso do Rosário. Por ele, Cristo dá a conhecer a presença do eterno no secular. A eucaristia, corpo e sangue verdadeiros de Jesus Cristo, é fato e realidade contra a qual não há como se opor. Repleto de beleza e significado para toda a humanidade, há de ser contemplada a partir de profunda atitude orante.

" a experiência do silêncio e da oração oferece o ambiente adequado para maturar e desenvolver-se um conhecimento mais verdadeiro, aderente e coerente daquele mistério cuja expressão culminante aparece na solene proclamação do evangelista João: « E o Verbo fez-Se carne e habitou no meio de nós; e nós vimos a glória d'Ele, glória que Lhe vem do Pai como a Filho único, cheio de graça e de verdade » (Jo1,14)." (João Paulo II, NOVO MILLENNIO INEUNTE, n. 20)

"é necessário, porém, que os fiéis celebrem a Liturgia com rectidão de espírito, unam a sua mente às palavras que pronunciam" (SACROSANCTUM CONCILIUM, n. 11)

E,  do Catecismo da Igreja Católica: “Orar significa mais escultar que falar. Contemplar significa mais ser olhado que olhar” (Carlo Caretto)


Perante o Santíssimo Sacramento, o Cristão abre seu coração para a fé a partir da oração. Ela pode tomar as mais diversas formas, desde o silêncio até o cântico. Mas tudo deve ser propício ao caminho de Deus. Deve conduzir a um recolhimento de coração e uma profunda meditação que se revele na forma de uma contemplação do divino.


Mais, deve demonstrar um culto não só pela postura individual, mas também da comunidade que se mostra fraterna e alegre pela presença de Deus em seu meio.

Na experiência dada pela fé de que não se está diante de um momento interior ou coletivo, mas que o divino está realmente presente. Está-se diante do Criador, do Santificador e, particularmente, do Redentor do mundo. Que atitude devemos ter diante do Nosso Senhor Jesus Cristo feito carne e sangue? A busca dessa resposta é a postura que devemos adotar na adoração ao Santíssimo Sacramento.

Paz e Bem!

"Assim como Jesus foi o verdadeiro adorador do Pai, façam da oração e da contemplação a alma do próprio ser e do próprio agir. Participem da vida sacramental da Igreja, principalmente da Eucaristia, e se associem à oração litúrgica em uma das formas propostas pela mesma Igreja, revivendo assim os mistérios da vida de Cristo."
(Regra e Vida da OFS, n. 8)