Franciscanos Seculares em Natal

Estruturada a partir de Fraternidades Locais, a Ordem Franciscana Secular compõe-se de pessoas que, assumindo sua condição de batizados, propõem-se a, no estado secular, seguir o Evangelho conforme o exemplo de São Francisco, observando a Regra e Vida da OFS. A Fraternidade São Francisco de Assis integra a Família Franciscana do Brasil e fica na Cidade Alta (Centro), em Natal-RN. Foi a primeira da cidade.

Levar o Evangelho à Vida

"Hoje que a Igreja deseja viver uma profunda renovação missionária, há uma forma de pregação que nos compete a todos como tarefa diária: é cada um levar o Evangelho às pessoas com quem se encontra, tanto aos mais íntimos como aos desconhecidos. É a pregação informal que se pode realizar durante uma conversa, e é também a que realiza um missionário quando visita um lar. Ser discípulo significa ter a disposição permanente de levar aos outros o amor de Jesus; e isto sucede espontaneamente em qualquer lugar: na rua, na praça, no trabalho, num caminho." (Evangelii Gaudium, n. 127)

Oração de São Francisco


quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Do Evangelho à vida... a missão


"Pedi ao dono da messe que mande trabalhadores para a colheita"
(Lc 10:1)
Ser enviado diretamente pelo Cristo é uma grande honra e alegria. Quem não gostaria de tê-la?
Porém, Ele próprio adverte: vocês vão, mas vão "como ovelhas para o meio de lobos" (Lc 10:3)!
E então, quem ainda deseja ir? Certamente, fica mais difícil se não for a fé e a esperança.
Virtudes que se unem à caridade, pois toda missão será para curar os doentes (vv. 9).
Contemplemos, então: Ele nos envia a cada dia! Ele, que é o Nosso Senhor, vivo! Todo dia Ele nos envia "a toda cidade e lugar aonde ele próprio devia ir" (vv. 1). Que honra e que alegria.
E todo dia Ele nos adverte que vamos, mas mansos como cordeiros, para passar no meio de lobos.
Como agir?
Recomenda então que não devemos nos distrair no Caminho e não nos preocuparmos com as coisas do mundo.
O mundo está repleto de pessoas e situações que podem nos causar mal. E o maior mal é semear o rancor, a discórdia e a desunião em nossos pensamentos. Devemos passar mansamente entre elas. E, ao conseguir isso, não fomos coniventes, mas plantamos a paz.
Para isso, devemos orar para receber ajuda. Devemos estar em sintonia com Deus para nos protegermos de tudo que possa acontecer. Mais trabalhadores virão.
O mundo todo é enviado em missão e todo o mundo parte. Quantos chegarão ao fim? O fim não contempla realidades materiais. É fundamental o desapego dos bens do mundo ("não leveis bolsa, nem sacola nem sandálias" - vv. 4). Isso não significa desprezo pela saúde (ame aos outros como a SI mesmo) ou descortesia (não cumprimentar - vv. 4). Tal não comtemplaria os propósitos do Cristo, mas firmeza de propósito em levar a paz.
Uma paz que pode ser entregue, mesmo a quem não achemos merecedor. Que ela não se perde; volta.
Abracemos aqueles que julgamos (não julgueis), que vemos não serem merecedores de maior estima (ame) e que sentimos que não estão repletos de bem (esteja aberto a dar a Paz). As experiências de transformação serão gratificantes.
Não deve haver receios de, autolimitando-nos, acharmos que nossa alegria deve ser apenas para nós. Que faltará sustento para todos, que a força de nossa oração dá apenas para poucos ou para nós mesmos.
Isso não vem de nós, mas de Deus, fonte inesgotável. Sempre haverá paz para ofertar desde que nos reabasteçamos na oração, na descoberta do Espírito Santo em nós.
E isso é um labor espiritual que faz com que Deus assegure o sustento do cristão que segue o bom caminho de sua responsabilidade para com o Pai e os irmãos. Toda energia gasta será reposta, o trabalhador merece seu salário. Não o desprezemos, mas saibamos discernir para não entregarmos o que foi feito para nós: o necessário à sobrevivência digna e à continuidade da pregação. Sem lugar para apego ao luxo, ao supérfluo, ao consumismo.
Saibamos compreender os caminhos de Deus e ficar onde Ele nos mostra. E ali entregar a Paz. Mas, se essa não é bem recebida, a violência não tem lugar.
O caminho é ter paciência e afastar-se para locais e pessoas que possam receber a Paz do Senhor naquele momento.
O Reino de Deus, é próximo de nós.
Paz e Bem!

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Do Evangelho à vida... Francisco e a paz da menoridade

"Aquele que entre todos vós for o menor, esse é o maior” (Lc 9:48)

A leitura proposta para a Igreja hoje, 27/09, é oportuna, pois está em curso a novena preparatória para a festa de São Francisco (04/10).

E isso porque foi a partir dessa pregação do Cristo, que Francisco visualizou um elemento fundamental do carisma santo que anima as três ordens que, junto com Clara, deixou: a menoridade.

Fazer-se menor é ser simples, estar aberto à verdadeira alegria, disposto a aprender, feliz como uma criança (Lc 18:15-17:Eu garanto a vocês: quem não receber como criança o Reino de Deus, nunca entrará nele”; Mc 10:14) e compreender a verdadeira beleza do Pai.

Na menoridade, somos iguais a todas as criaturas. Perdemos a arrogância e altura individual, mas conquistamos as planícies costeiras e os altiplanos que se espalham por toda a Terra.

Na menoridade, entramos em comunhão com o todo, sem necessidade de possuí-lo.

Combatemos o mal com o bem, fazendo-se menor para combater a diminuição pela opressão. Não para louvar a submissão, mas para conquistar honra na simplicidade, obedecendo apenas a Deus.

Essa simplicidade e desejo de servir mais a Deus que aos homens, presente nos escritos de Francisco, ganha firmeza diante do segundo relato evangélico:

“João disse a Jesus: ‘Mestre, vimos um homem que expulsa demônios em teu nome. Mas nós lho proibimos, porque não anda conosco’. Jesus disse-lhe: ‘Não o proibais, pois quem não está contra vós, está a vosso favor’” (Lc 9:49-50).

Assim Francisco pediu que os seus se comportassem entre os infiéis: primeiro servissem, depois pregassem oralmente, com a firmeza de sempre confessar o Senhor (Regra Não-Bulada, n. 16):

“os frades que vão [entre os sarracenos e outros infiéis], podem comportar-se espiritualmente entre eles de dois modos. Um modo é que não façam nem litígios nem contendas, mas estejam submetidos a toda criatura humana por Deus (1Pd 2,13) e confessem que são cristãos. Outro modo é que, quando virem que agrada ao Senhor, anunciem a palavra de Deus, para que creiam em Deus onipotente, Pai e Filho e Espírito Santo, criador de tudo, no Filho redentor e salvador, e que sejam batizados e se tornem cristãos, porque quem não renascer da água e do Espírito Santo não pode entrar no reino de Deus (cfr. Jo 3,5).”

Francisco foi um idealizador e defensor de uma paz fruto da Justiça e da compreensão, não das armas ou imposta.

Assim ele se portou diante de justos e pecadores. Perante ladrões, líderes, sociedade, ele pregou a mansidão e a busca incessante da paz.

“Seja feita a Tua vontade”

É importante entregar-se à confiança no Senhor e na profunda paz que Ele proporciona. Aceitando os seus desígnios, mas na busca constante da construção de seu Reino, é preciso agir com serenidade, ser “prudentes como as serpentes e simples como as pombas” (Mt 10:16).

Inspirados por Francisco, digamos como Jó (1:21): “Nu eu saí do ventre de minha mãe e nu voltarei para lá. O Senhor deu, o Senhor tirou: como foi do agrado do Senhor, assim foi feito. Bendito seja o nome do Senhor!”

Paz e Bem!

Comentário à margem: desencanto e encanto


Estar encantado no linguajar interiorano que aprendi remete ao estado de crisálida das borboletas quando estão “encantadas” em seus casulos. Depois, “desencantam” em coloridas e tão belas quanto efêmeras criaturas de Deus.

Sempre é bom ver quando a ordem “desencanta”, sai de seu casulo e se “encanta” com a alegria do reencontro do Cristo no irmão que precisa de apoio. Apoio material ou espiritual, pois os bens materiais são coisas do mundo que devem ser utilizados em proveito de Deus e não falam por si do interior que só o Pai conhece.
Fabiano

São Vicente de Paulo e a Virgem Maria

Hoje se comemoram as ações de São Vicente de Paulo (1581-1660).

Sua vida é profundamente marcada pelo amor e dedicação aos mais pobres. Juntamente com Santa Luísa de Marillac (1591-1660), fundou as filhas da caridade (vicentinas). Antes, fundou a Congregação da Caridade (Lazaristas).

Uma aparição sua a Santa Catarina Labouré (1806-1876) foi o instrumento que o Senhor usou para chamar esta santa do silêncio à vida religiosa.

E foi na casa das religiosas, na Rue du Bac, em Paris, que Nossa Senhora apareceu à irmã Caratina, cujo corpo permanece incorrupto até hoje, e transmitiu-lhe a medalha milagrosa, forma de demonstração de amor a Deus e confiança na intercessão da Virgem Santíssima.

Seu coração hoje repousa na Capela de Nossa Senhora da Medalha Milagrosa. E seu corpo incorrupto, bem próximo, na Capela de São Vicente de Paulo.

São Vicente de Paulo, com São Francisco e Santa Clara, guiai-nos no carinho com os mais pobres.

Não deixe de visitar o site da Capela de Nossa Senhora da Medalha Milagrosa (clique aqui)

Programação da Festa de São Francisco

(clique nas imagens para ampliar e ver a programação)



Almoço dos Pobres

Ontem, domingo, 26/09, realizou-se o tradicional almoço dos pobres, no Convento de Santo Antônio, no decorrer das atividades da Festa de São Francisco. Este ano, em vez de realizar no dia 03 de outubro, a data foi antecipada em razão das eleições.
Com tudo sendo preparado desde a véspera, a Fraternidade serviu a população carente que compareceu e, em seguida, saiu para distribuir diretamente na comunidade.
Foi um momento de grande alegria onde deixamos que nossas mãos dissessem o Paz e Bem.
Seguem as fotos.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Do Evangelho à Vida: viver o mundo em comunhão

"Tudo tem seu tempo.

Há um momento oportuno para tudo o que acontece debaixo do céu.

Tempo de nascer e tempo de morrer;

tempo de plantar e tempo de colher a planta.

Tempo de matar e tempo de salvar;

tempo de destruir e tempo de construir.

Tempo de chorar e tempo de rir;

tempo de lamentar e tempo de dançar.

Tempo de atirar pedras e tempo de as amontoar;

tempo de abraçar e tempo de separar.

Tempo de buscar e tempo de perder;

tempo de guardar e tempo de esbanjar.

Tempo de rasgar e tempo de costurar;

tempo de calar e tempo de falar.

Tempo de amar e tempo de odiar;

tempo de guerra e tempo de paz.
Que proveito tira o trabalhador de seu esforço? Observei a tarefa que Deus impôs aos homens, para que nela se ocupassem. As coisas que ele fez são todas boas no tempo oportuno. Além disso, ele dispôs que fossem permanentes; no entanto o homem jamais chega a conhecer o princípio e o fim da ação que Deus realiza."

(Ecl, 3:1-11)


O belíssimo poema do Eclesiastes pede um tempo de reflexão e contemplação.

Há um tempo certo para tudo.

Tempo que Deus designa.

A oração do Pai Nosso nos guia.


"Pai nosso, que estais no céu"

O tempo é do mundo, para Deus ele não passa.

Há uma realidade maior, a qual devemos buscar.

No mundo, tudo ocorre, tudo se sucede.

Estamos presos corporalmente a esta realidade.

Há tristeza e sofrimento. Há alegrias e vitórias.

Nossa relação com a natureza depende de nossos atos.

O homem se cansa debaixo do sol (Ecl 1:3), onde "não há nada de novo" (vv. 10).

Há Justiça e há injustiças.

A alegria do tempo depende de nós.
"Seja feita a Vossa Vontade"

Quantas vezes não fazemos as coisas confiantes em Deus, mesmo sem saber o seu propósito específico e, como prêmio, momentos à frente, olhamos para trás e vemos a beleza do caminho percorrido?

"O pão nosso de cada dia nos dai hoje"

A cada dia suas dificuldades (1Rs 8:59; Mt 6:34). Sejamos pacientes com os projetos espirituais. Cabe à criação obedecer.

Oremos para não pedir outra coisa, senão sabermos aceitar os seus desígnios.

Aproveitemos o tempo que o Senhor nos dá.

Refugiemo-nos Nele (sl 144:2), pois nós passamos como sombra (vv. 4), mas Deus permanece.


Permaneçamos Nele.

Paz e Bem!

Da Vida ao Evangelho... o cristão e as eleições


Ainda que não seja franciscano secular, é aplicável a todo cristão o artigo 4º da Regra e Vida da OFS, o qual prescreve que, a partir da leitura assídua do Evangelho e da compreensão do Cristo como centro e inspirador da vida, deve-se passar “do Evangelho à vida e da vida ao Evangelho”.


Passar da vida ao Evangelho é saber encontrar no quotidiano a presença de Deus, bem como, a partir das experiências do mundo, buscar compreender o sentido da Palavra sagrada. Assim, o cristão deve saber meditar sobre o que vê e sente e tentar encontrar seu sentido no Evangelho.


A proximidade das eleições revela-se um momento oportuno para isso.


Em meio a tantos desafios por que passa o país, qualquer omissão é dotada de força ideológica. Não se posicionar, ter uma opinião, é consentir com o caminho em que é levado.


Mas a Igreja – o conjunto dos fiéis religiosos e leigos – pode interferir nas eleições?


Lucidamente, o papa Bento XVI assim expôs a questão na Carta Encíclica Deus é Amor (Deus Caritas Est): “a justa ordem da sociedade e do Estado é dever central da política […] Neste ponto, política e fé tocam-se” (pt. 28). Mas deixa bem claro que não é tarefa da Igreja impor essa consciência. O livre arbítrio humano deve desenvolver-se na liberdade e na responsabilidade.


A Igreja não é Estado, mas “não pode nem deve ficar à margem na luta pela justiça”. É seu papel argumentar e “despertar as forças espirituais” para que a Justiça se realize.


Essa é uma conseqüência do fato de que cabe primordialmente à religião cuidar do pastoreio espiritual. As coisas do mundo, “em acréscimo” (Mt 6:33), são decorrência do correto seguimento do Caminho, do Reino de Deus, numa relação entre fé e obras (Tg, 2:17; 1Pd 2:12; Rm 3:28).


Prossegue o papa Bento XVI dizendo que “o dever imediato de trabalhar por uma ordem justa na sociedade é próprio dos fiéis leigos. Estes, como cidadãos do Estado, são chamados a participar pessoalmente na vida pública” (grifos acrescentados, pt. 29).


E nesse aspecto repete o que afirmou seu antecessor, SS Venerável João Paulo II, na exortação apostólica pós-sinodal aos fiéis leigos (Christifideles Laici), quando disse que “A caridade que ama e serve a pessoa nunca poderá estar dissociada da justiça […] os fiéis leigos não podem absolutamente abdicar da participação na «política», ou seja, da múltipla e variada acção económica, social, legislativa, administrativa e cultural, destinada a promover orgânica e institucionalmente o bem comum” (pt. 42).


Portanto, a Igreja participa desse processo através dos fiéis leigos. São eles os responsáveis por, atuando diretamente nas estruturas do mundo, buscar maneiras de promover o bem de todos, segundo a visão cristã na qual foram batizados.


Dessa forma, não se fechando em si, mas assumindo a responsabilidade pela realidade na qual estão inseridos, é seu dever lutar, em primeiro lugar, pela conscientização da comunidade. Pois, é fundamental participar ativamente da vida social.


Mas ter uma opinião política não significa impor um determinado candidato ou partido, mas antes contribuir para que o voto de alguém seja fruto de sua livre vontade e consciência. Não, fruto de estelionato eleitoral, “compra” de votos, troca de favores e outros mecanismos escusos.


Deve-se exigir uma determinada postura moral do candidato? Tal como em relação ao aborto, às suas práticas religiosas, à vida em família?


Não se confundindo o Estado com a Igreja e sendo dever a convivência harmônica com o outro através da tolerância religiosa, o fiel vê que a eleição não é para um posto religioso. Todavia, se o fiel é aquele que tem fé, ele sabe que não se deve fazer concessões ao mal.


Não há mal necessário.


Aceitar que certas transformações ainda não ocorreram e saber conviver com atos errados praticados pelos outros é uma coisa; é dom, é paciência e mansidão.


Todavia, aceitar isso e não lutar para que tal situação não mude é conivência; é “construir túmulos para os profetas” (cf. Lc 11:47). Não se pode afastar do Cristo para abrandar um sofrimento.


Portanto, o fiel deve, sim, votar em alguém que esteja de acordo com o que ele acredita. Dentre as opções disponíveis, sem olhar a específica prática religiosa do candidato – mas atentamente observando se ele pratica boas obras, agradáveis aos olhos do Senhor, o mesmo que está presente em todo o universo – verificar se a sua pregação é concordante com a defesa da vida, dos valores cristãos, da família, da educação, da liberdade responsável, e contra a exploração, a dominação e a pobreza – material e moral.


O dever para com a Justiça chama o cristão a agir no próximo dia 3 de outubro. Nas eleições, cabe a ele mostrar o valor que tem a sua fé, para si e para a sociedade.

Paz e Bem!

Artigo no jornal "A Ordem", da Arquidiocese de Natal, sobre o tema: o dia "D" das eleições 2010

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

23 de setembro: Padre Pio

Do site da Canção Nova (http://www.cancaonova.com/portal/canais/liturgia/santo/index.php?mes=9&dia=23&id=261):
Este digníssimo seguidor de S. Francisco de Assis nasceu no dia 25 de maio de 1887 em Pietrelcina (Itália). Seu nome verdadeiro era Francesco Forgione. Ainda criança era muito assíduo com as coisas de Deus, tendo uma inigualável admiração por Nossa Senhora e o seu Filho Jesus, os quais via constantemente devido à grande familiaridade. Ainda pequenino havia se tornado amigo do seu Anjo da Guarda, a quem recorria muitas vezes para auxiliá-lo no seu trajeto nos caminhos do Evangelho. Conta a história que ele recomendava muitas vezes as pessoas a recorrerem ao seu Anjo da Guarda estreitando assim a intimidade dos fiéis para com aquele que viria a ser o primeiro sacerdote da história da Igreja a receber os estigmas do Cristo do Calvário.Com quinze anos de idade entrou no Noviciado da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos em Morcone, adotando o nome de "Frei Pio" e foi ordenado sacerdote em 10 de agosto de 1910 na Arquidiocese de Benevento. Após a ordenação, Padre Pio precisou ficar com sua família até 1916, por motivos de saúde e, em setembro desse mesmo ano, foi enviado para o convento de São Giovanni Rotondo, onde permaneceu até o dia de sua morte.Abrasado pelo amor de Deus, marcado pelo sofrimento e profundamente imerso nas realidades sobrenaturais, Padre Pio recebeu os estigmas, sinais da Paixão de Jesus Cristo, em seu próprio corpo. Entregando-se inteiramente ao Ministério da Confissão, buscava por meio desse sacramento aliviar os sofrimentos atrozes do coração de seus fiéis e libertá-los das garras do demônio, conhecido por ele como "barba azul". Torturado, tentado e testado muitas vezes pelo maligno, esse grande santo sabia muito da sua astúcia no afã de desviar os filhos de Deus do caminho da fé. Percebendo que não somente deveria aliviar o sofrimento espiritual, recebeu de Deus a inspiração de construir um grande hospital, conhecido como "Casa Alívio do Sofrimento", que se tornou uma referência em toda a Europa. A fundação deste hospital se deu a 5 de maio de 1956.Devido aos horrores provocados pela Segunda Guerra Mundial, Padre Pio cria os grupos de oração, verdadeiras células catalisadoras do amor e da paz de Deus, para serem instrumentos dessas virtudes no mundo que sofria e angustiava-se no vale tenebroso de lágrimas e sofrimentos.Na ocasião do aniversário de 50 anos dos grupos de oração, Padre Pio celebrou uma Missa nesta intenção. Essa Celebração Eucarística foi o caminho para o seu Calvário definitivo, na qual entregaria a alma e o corpo ao seu grande Amor: Nosso Senhor Jesus Cristo; e a última vez em que os seus filhos espirituais veriam a quem tanto amavam. Era madrugada do dia 23 de setembro de 1968, no seu quarto conventual com o terço entre os dedos repetindo o nome de Jesus e Maria, descansa em paz aquele que tinha abraçado a Cruz de Cristo, fazendo desta a ponte de ligação entre a terra e o céu. Foi beatificado no dia 2 de maio de 1999 pelo Papa João Paulo II e canonizado no dia 16 de junho de 2002 também pelo saudoso Pontífice.Padre Pio dizia: "Ficarei na porta do Paraíso até o último dos meus filhos entrar!"São Pio de Pietrelcina, rogai por nós!

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Atualizando: ordenação e distrito

Atualizando os fatos do último final de semana.
Sexta à noite na Catedral, contei aproximadamente trinta bispos.
Momento ímpar de ver tantos sucessores apostólicos reunidos.
Centenas de presbíteros e diáconos, autoridades e religiosos também.
Os leigos completaram com bastante entusiasmo a Igreja ali presente, lotando a Catedral.
Em meio a todos, o feliz reencontro com nosso anterior assistente espiritual, Frei Antônio, que enviou lembranças e desejos de prosperidade.

É de se registrar a presença de diversas Fraternidades Seculares entre os presentes. Pude confraternizar com a Fraternidade Santa Clara (Cidade Satélite, Natal-RN), Santa Rosa de Viterbo (Pina, Recife-PE) e Santa Maria dos Anjos (Soledade, Natal-RN).

No domingo, o Distrito Natal da OFS esteve reunido festivamente em Canguaretama. Infelizmente, nossa Fraternidade não pode participar em razão da necessidade de reunião de planejamento das diversas atividades próximas. Dentre elas o Almoço dos Pobres, dia 26/09.

Mãos à obra que a messe é grande.
Paz e Bem!

Do Evangelho à vida: a ação não pode ser vazia

(Assembléia da FFB)

“Toda árvore é reconhecida pelos seus frutos” (Lc 6:44)

A profundidade dessa constatação que o Cristo nos mostra é tamanha que nos leva a utilizá-la para auxiliar o nosso discernimento. Porém, é preciso sempre lembrar, como Francisco admoesta, de ver com os olhos do Espírito.

Pois, os olhos do mundo facilmente corrompem o fruto e dão ao cristão a ilusão de ver o que ele naquele momento deseja. Até o mais doce sabor desse modo se torna sofrimento.

Pelos frutos que produzimos, sabemos o quão distante estamos do Cristo.

“Sua boca fala do que o coração está cheio” (Lc 6:45)

De que está cheio o nosso coração?

Após compreendermos que precisamos produzir bons frutos, somos levados a refletir na semente: o que carregamos em nosso coração?

Será rancor, ódio, tristeza, sofrimento? Ou alegria, compreensão, paciência e amor?

Pela boca apenas sai o que guardamos.

“Todo aquele que vem a mim, ouve as minhas palavras e as põe em prática” (Lc 6:47)

Responder ao chamado constante do Pai é deixar-se engravidar pelo Espírito Santo, como nos propõe Francisco, é dar frutos de fé, esperança e caridade.

É deixar encher-se o coração com as águas da vida trazidas pelo Espírito e assim somente a Ele revelar.

Como propôs Santo Antônio, é deixar que as ações falem.

É a cada dia dar o Cristo a conhecer aos irmãos.

Paz e Bem!

Da Vida ao Evangelho: o 11 de setembro

Não há como dissociar os rumos recentes da paz mundial – seja por conspirações de caráter geopolíticas, por insegurança, pela vocação humana para a paz ou pela mídia – do atentado ocorrido há exatos nove anos no World Trade Center.

Mas é para isso que o Cristão deve se preparar: escolher com o que encherá o seu coração.

A Concórdia, junção de corações, exige uma só mente. E esta só pode estar em Deus.

Perdoar. Eis um chamado difícil.

Ainda mais quando envolto em divergências religiosas. Divergências sobre a verdade do nosso próprio Pai.

Mas o serviço que Cristo nos deixou como caminho. O chamado para sermos servos é enfatizado por Francisco.

O pobrezinho de Assis exortou seus irmãos a pregarem aos infiéis sobretudo com gestos de amor.

Eis como o cristão deve ser reconhecido: pelos seus gestos de Amor.

E é assim, numa oração com as almas dos justos que ali estavam, por eles, pelo Senhor que a tudo preside, pelos que mataram, que devemos confiar o coração de todos nós ao Santo Espírito e apenas assim os rancores e tristes lembranças daquele momento poderão ser superados e conduzir a humanidade a um passo a mais no caminho do Reino de Deus.

Paz e Bem!

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Consolidação do Blog - FFB

Caros leitores e participantes deste modesto espaço virtual,

Nosso Blog acaba de completar os 300 acessos!
Não é muito, mas é uma forma de colocar mais uma pedra na contínua construção de nossa igrejinha.
É o suficiente para ficarmos felizes e ver que estamos a contribuir com a Evangelização e a reflexão dos diversos aspectos que sedimentam a nossa fé em Cristo.
Muito obrigado a todos que colaboraram com este momento. Que Nossa Senhora nos guie e Deus nos conceda a graça de multiplicarmos bem mais esse serviço.
Até lá, a companhia de vocês é nossa grande alegria.
E esse júbilo é maior devido ao fato de hoje a região Nordeste da Família Franciscana do Brasil estar reunida no Convento de Santo Antônio para sua assembléia avaliativa, onde Santa Clara dará o norte das meditações.
Sejam todos bem vindos.
Abraços fraternos, Paz e Bem!

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Natividade de Maria

(Imagem proveniente do Blog A família Católica)


Hoje a Igreja comemora em todo o mundo a natividade da Nossa Senhora, Maria de Nazaré.
Concebida imaculada (em festa do dia 8 de dezembro), por um Deus que tudo pode e tudo preparou, hoje lembramos seu nascimento.
Mas esse nascimento não é apenas mais um evento humano.
Para ele o plano divino foi lançado, no aguardo de seu sim, de sua gravidez por ação do Santo Espírito (Mt 1:18). Até lá esperou a criação.
Maria, a segunda Eva.
Se a criatura - homem e mulher - um dia afastou-se de Deus e atraiu o pecado para o mundo, a geração de pecadores que de uma mulher nasceu, um dia encontra sua redenção a partir de outra mulher (daí o Cristo referir em certas passagens do Evangelho a sua mãe como "mulher").
No plano da salvação, se um dia surgiu o ser humano na Terra, um dia também nasce um novo homem. Se no início nos afastamos do Paraíso, pelo segundo as portas serão abertas.
E a resplandecência de Jesus vem à Terra - no maravilhoso momento da história que é a Encarnação - através do ventre de Maria.
Não é seu nascimento que se aguardava, mas a nossa salvação que era preparada.
Ave Maria! Na plenitude da graça que te preenche revela-nos o Senhor, contigo desde tua concepção imaculada.
Hoje, já crescida e provada dos sofrimentos humanos, tua condição imaculada faz com que possa ser medianeira sem par para nós perante nossas fraquezas.
Rogai por nós, Santa Mãe de Deus, para que sejamos dignos das promessas de Cristo!
Paz e Bem, advogada da Ordem, primeiro sacrário do Senhor.

Ordem Franciscana Secular: São Francisco, o "Repetitor Christi"

Ordem Franciscana Secular: São Francisco, o "Repetitor Christi": "O fascínio e o mistério da figura de S. Francisco reside em sua semelhança com o mistério e o fascínio de Jesus Cristo. Há tanto num quanto ..."

terça-feira, 7 de setembro de 2010

O homem e a oração: a partir do Cristo

"Naqueles dias, Jesus foi à montanha para rezar. E passou a noite toda em oração a Deus."
(Lc 6:12)
Permito-me reproduzir aqui a bela mensagem selecionada para a liturgia deste dia (23ª semana do tempo comum, terça-feira, 2010) e encaminhada pelos Arautos do Evangelho. Ela é de autoria de Madre Teresa de Calcutá, cuja ida ao encontro do Pai é relembrada no dia 5 de setembro. Este ano, foram 13 anos de sua morte:

"Não há maior amor (a partir da trad. Il n'y a pas de plus grand amour, Lattès 1997, p. 24)
«Jesus foi para o monte fazer oração e passou a noite a orar a Deus»
Os contemplativos e os ascetas de todos os tempos e de todas as religiões sempre procuraram a Deus no silêncio, na solidão dos desertos, das florestas, das montanhas. O próprio Jesus viveu quarenta dias em absoluta solidão, passando longas horas num coração a coração com o Pai, no silêncio da noite.Nós próprios somos chamados a retirar-nos a espaços para um silêncio mais profundo, para um isolamento com Deus; a estar a sós com Ele, não com os nossos livros, os nossos pensamentos, as nossas recordações, mas num despojamento perfeito; a permanecer na Sua presença - silenciosos, vazios, imóveis, expectantes.Não podemos encontrar a Deus no barulho, na agitação. Veja-se na natureza: as árvores, as flores e a erva dos campos crescem em silêncio; as estrelas, a lua, o sol movem-se em silêncio. O essencial não é o que possamos dizer mas o que Deus nos diz e o que Ele diz a outros através de nós. Ele escuta-nos no silêncio; no silêncio fala às nossas almas. No silêncio é-nos dado o privilégio de escutar a Sua voz:

Silêncio dos nossos olhos.
Silêncio dos nossos ouvidos.
Silêncio das nossas bocas.
Silêncio dos nossos espíritos.
No silêncio do coração,
Deus falará."
Paz e Bem!

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Sobre atualizações do Blog



Peço desculpas pelas recentes ausências de atualização do blog, devidas às atividades seculares.
A Fraternidade, todavia, não se furta de suas tarefas e está feliz em preparar a recepção para os Franciscanos que chegam para participar das primeiras atividades do mês de setembro, como a Assembléia Regional da FFB (dias 10 a 12) e a celebração das chagas de São Francisco na ordenação episcopal de Frei Magnus (dia 17, Catedral Metropolitana de Natal, 19h).
Damos boas vindas em particular aos irmãos de Recife e Ouricuri.
Por fim, este mês haverá o tradicional serviço do "almoço dos pobres" no Convento de Santo Antônio, dia 26 de setembro, e o Dia "D" Franciscano do Distrito Natal no dia 19 de setembro (terceiro domingo) em Canguaretama.
Abraços, vamos recomeçar,
Paz e Bem!
Fabiano Mendonça