Franciscanos Seculares em Natal

Estruturada a partir de Fraternidades Locais, a Ordem Franciscana Secular compõe-se de pessoas que, assumindo sua condição de batizados, propõem-se a, no estado secular, seguir o Evangelho conforme o exemplo de São Francisco, observando a Regra e Vida da OFS. A Fraternidade São Francisco de Assis integra a Família Franciscana do Brasil e fica na Cidade Alta (Centro), em Natal-RN. Foi a primeira da cidade.

Levar o Evangelho à Vida

"Hoje que a Igreja deseja viver uma profunda renovação missionária, há uma forma de pregação que nos compete a todos como tarefa diária: é cada um levar o Evangelho às pessoas com quem se encontra, tanto aos mais íntimos como aos desconhecidos. É a pregação informal que se pode realizar durante uma conversa, e é também a que realiza um missionário quando visita um lar. Ser discípulo significa ter a disposição permanente de levar aos outros o amor de Jesus; e isto sucede espontaneamente em qualquer lugar: na rua, na praça, no trabalho, num caminho." (Evangelii Gaudium, n. 127)

Oração de São Francisco


sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Deus também é Pai



“Naquele tempo, Jesus disse: Eu te louvo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste essas coisas aos sábios e inteligentes, e as revelaste aos pequeninos. Sim, Pai, porque assim foi do teu agrado. Meu Pai entregou tudo a mim. Ninguém conhece o Filho, a não ser o Pai, e ninguém conhece o Pai, a não ser o Filho e aquele a quem o Filho quiser revelar.”
(Mt 11, 25-27)


Quando Cristo teve de explicar às pessoas como é o Criador, Ele o chamou de Pai!
Quando ensinou a rezar, ensinou-os a se aproximar de Deus como de um Pai, o Nosso Pai.
Um Deus do qual ninguém ousava se aproximar ou ver a face. Agora, podemos nos dirigir a Ele com simplicidade, como filhos e como irmãos.
A segurança com que ousamos nos aproximar da Força Divina, que tudo criou, revelaria nossa pequenez. Mas que desaparece diante da misericórdia divina, da certeza de ser amado.
É uma doação incondicional, uma amar generoso que provém do íntimo do ser. Esse sentimento pode ser expresso pela palavra de origem latina miseri-córdia (=ter piedade-coração). Em hebraico, seria Hesed ou Rahamim (cf. Carta Encíclica Dives in Misericordia, do Beato João Paulo II, sobre a Misericórdia Divina).
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Ninguém conhece o Filho, a não ser o Pai, e ninguém conhece o Pai, a não ser o Filho e aquele a quem o Filho quiser revelar

Assim disse Jesus: “que a luz de vocês brilhe diante dos homens, para que eles vejam as boas obras que vocês fazem, e louvem o Pai de vocês que está no céu.” (Mt 5, 16). É o Pai que vê as obras de Penitência que praticamos escondido (Mt 6), que acolhe o Filho Pródigo, que deve ser honrado, que conhece o que aproveitar de seu tesouro para a família (Mt 13, 52). Disse ainda Jesus: “se vocês, que são maus, sabem dar coisas boas a seus filhos, quanto mais o Pai de vocês que está no céu dará coisas boas aos que lhe pedirem”. (Mt 7, 11)
Mas às vezes podemos pensar que nem todos têm uma boa relação com seus pais na Terra. Que nem todos os pais agem como São José, pai adotivo de Jesus, e a quem o Senhor aprendeu a chamar de Pai e respeitar.
Deus nos dá pais neste mundo. E nunca estamos numa família por obra do acaso. Nela tanto aprendemos quando ensinamos.
Mas imaginar Deus apenas com as imagens deste mundo seria limitar-se às coisas terrenas e, portanto, uma forma de idolatria. Por melhor que seja nosso pai, Deus não é o Pai que temos, é o que os Pais têm a missão de ser (“sejam perfeitos como é perfeito o Pai de vocês que está no céu”, Mt 5, 48). Por isso encontramos Nele tanto amor. Na família, “todos os membros evangelizam e são evangelizados” (Paulo VI, Evangelii Nuntiandi, n. 71).
“Da mesma forma como a chuva e a neve, que caem do céu e para lá não voltam sem antes molhar a terra, tornando-a fecunda e fazendo-a germinar, (…) assim acontece com a minha palavra” (Is 55, 10-11). Deus germina e faz nascer. A terra dá frutos de Justiça, como Maria deu à luz o Senhor.
Esse criador “não é nem homem nem mulher, é Deus. Transcende também a paternidade e a maternidade humanas (…) ninguém é pai como Deus o é” (CIC 239).
Na Oração do Senhor, quando dizemos “Pai Nosso, que estais no céu”, entramos em comunhão com Ele e, portanto, com a Igreja, corpo de Cristo. Descobrimo-nos como filhos de Deus e que assim devemos agir. O povo de Deus se entende como entregue a Ele, “Eu sou Deus, o seu Deus” (Sl 49, 7), nosso Deus. E é dever de todos os batizados levá-lo aos pequeninos, aos marginalizados e aos que precisam do Amor do Pai (a oração da manhã finaliza assim: “que no decurso deste dia, eu Te revele a todos”).
Rezar ao Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, do qual também procede o Espírito Santo, deve ser feito sempre de modo consubstancial e indivisível, reza-se ao Pai, com o Filho e o Espírito Santo. É junto a Ele que Cristo intercede sem cessar. 

Ninguém conhece o Filho, a não ser o Pai

Deus é Pai não apenas porque cria, mas por sua bondade e ternura. E, acima de tudo, é Pai em razão de seu Filho, Jesus Cristo. Eis uma consideração fundamental para o dogma da Trindade. Deus também é Pai a partir da geração de seu Filho, que assim se apresentou.
“Oh! como é glorioso, santo e grande ter nos céus um Pai!” (São Francisco de Assis, Exortação aos irmãos e às irmãs sobre a Penitência, cap. I, n. 11)
A experiência de refletir na terra a relação carinhosa entre os Pais e os filhos deve ser um reflexo da união entre Deus-Pai e Deus-Filho, com a força do Espírito Santo. Devemos ser misericordiosos no julgar uns aos outros. É importante vermos as qualidades mais que os defeitos.
O Pai ensina, dá forças, cuida, sofre, angustia-se e deve ter a fortaleza necessária para transmitir segurança e apoiar nos momentos difíceis. É um cuidar para dar espaço à família, para levá-la e protegê-la como fez São José em Nazaré.


Amém, Paz e Bem!

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