Franciscanos Seculares em Natal

Estruturada a partir de Fraternidades Locais, a Ordem Franciscana Secular compõe-se de pessoas que, assumindo sua condição de batizados, propõem-se a, no estado secular, seguir o Evangelho conforme o exemplo de São Francisco, observando a Regra e Vida da OFS. A Fraternidade São Francisco de Assis integra a Família Franciscana do Brasil e fica na Cidade Alta (Centro), em Natal-RN. Foi a primeira da cidade.

Levar o Evangelho à Vida

"Hoje que a Igreja deseja viver uma profunda renovação missionária, há uma forma de pregação que nos compete a todos como tarefa diária: é cada um levar o Evangelho às pessoas com quem se encontra, tanto aos mais íntimos como aos desconhecidos. É a pregação informal que se pode realizar durante uma conversa, e é também a que realiza um missionário quando visita um lar. Ser discípulo significa ter a disposição permanente de levar aos outros o amor de Jesus; e isto sucede espontaneamente em qualquer lugar: na rua, na praça, no trabalho, num caminho." (Evangelii Gaudium, n. 127)

Oração de São Francisco


domingo, 8 de março de 2015

O caminho que Deus ensina para seu coração




“Não terás outros deuses além de mim.” (Ex 20, 3)


“Narram os céus a glória de Deus, e o firmamento anuncia a obra de suas mãos.

O dia ao outro transmite essa mensagem, e uma noite à outra a repete.

Não é uma língua nem são palavras, cujo sentido não se perceba, porque por toda a terra se espalha o seu ruído, e até os confins do mundo a sua voz;

aí armou Deus para o sol uma tenda.
E este, qual esposo que sai do seu tálamo, exulta, como um gigante, a percorrer seu caminho.

Sai de um extremo do céu, e no outro termina o seu curso; nada se furta ao seu calor.

A lei do Senhor é perfeita, reconforta a alma; a ordem do Senhor é segura, instrui o simples. Os preceitos do Senhor são retos, deleitam o coração; o mandamento do Senhor é luminoso, esclarece os olhos.”

(Sl 18, 2-9)


“Pois o que é dito insensatez de Deus é mais sábio do que os homens, e o que é dito fraqueza de Deus é mais forte do que os homens.” (1Cor 1, 25)


“Vendo os sinais que realizava, muitos creram no seu nome. Mas Jesus não lhes dava crédito, pois ele conhecia a todos; e não precisava do testemunho de ninguém acerca do ser humano, porque ele conhecia o homem por dentro.” (Jo 2, 23-25)



Escândalo para muitos, não compreendido até pelos seus. Uns à espera de milagres, feitos fantásticos, caminhos de salvação imediata. Outros na busca de serem impressionados ou de algo que lhes fosse superior.

Eis o Deus verdadeiro, eis a nós, seu povo.

Assim, não reconhecemos que o Reino de Deus está próximo (disse João Batista – Mt 3,2 – e Jesus – Mt 4, 17, Mc 1, 15 –, que mandou assim pregar – Mt 10, 7, Lc 10, 9-11), nem zelaremos pelo Templo com o Amor que devemos ter (S l 69, 10).

Os mandamentos, enquanto expressão da essência, da identidade que devemos ter com Deus, mostram o caminho que nos leva à unidade e à comunhão dos santos. Se tivermos consciência disso, jamais deixaremos de ter em mente a importância dessa união:
“Ouça, Israel! Javé nosso Deus é o único Javé. Portanto, ame a Javé seu Deus com todo o seu coração, com toda a sua alma e com toda a sua força. Que estas palavras, que hoje eu lhe ordeno, estejam em seu coração. Você as inculcará em seus filhos, e delas falará sentado em sua casa e andando em seu caminho, estando deitado e de pé. Você também as amarrará em sua mão como sinal, e elas serão como faixa entre seus olhos. Você as escreverá nos batentes de sua casa e nas portas da cidade.” (Dt 6, 4-9)

A prática dos mandamentos nos afasta do mal e dos pecados capitais, sendo, mais do que uma regra ou ordem, uma descrição do caminho que segue aquele que tem Deus por seu criador e salvador:
“Quanto a você, volte a obedecer a Javé seu Deus, colocando em prática todos os mandamentos dele, que eu hoje lhe ordeno. Javé seu Deus fará prosperar as iniciativas suas, o fruto do seu ventre, o fruto dos seus animais e o fruto do seu solo. Porque Javé voltará a ter prazer com a felicidade de você, assim como tinha prazer com a felicidade de seus antepassados. A condição, porém, é que você obedeça a Javé seu Deus, observando-lhe os mandamentos e estatutos escritos neste livro da Lei, e que você se converta com todo o coração e com toda a alma para Javé seu Deus.” (Dt 30, 8-10)

Portanto, aquele que ama a Deus, por consequência, e se tem o devido entendimento, segue esses mandamentos. Eles são a garantia da liberdade que Deus nos deseja. Uma liberdade das prisões terrenas, nesta vida e nos céus.

Deus está acima de tudo e presente como o sol que ilumina o dia. Não há como afastar a sua força, nem fugir do caminho que preparou. Essa é uma realidade da qual não teremos como fugir.

Por isso mesmo, se ele quer nosso coração (Sl 49, 23; 50, 19), não adianta cumprimentos apenas exteriores de seus preceitos. Ele nos conhece. Mais ainda, conhecemos seus mandamentos, os quais, como obra da criação, estão inscritos em nosso interior como vestígio do traço de Deus. Se nos desviamos, são nossos atos que nos condenam (Mt 25, 31; “Assim, casa de Israel, eu vou julgar cada um de vocês de acordo com a própria maneira de viver”, Ez 18, 30).

Devemos ser firmes para expulsar tudo que se aproxima do Templo do Senhor (1 Cor 3, 16; 6, 19; 2 Cor 6, 16; Jo 2, 21). Ora, e se somos Templo do Espírito, por onde a obra de Deus se faz, não podemos permitir que, por comodismo, displicência ou relativismo, a iniquidade se aproxime e conspurque o espaço de oração. É preciso expulsar tudo aquilo que tenta fazer do Templo um local de autossuficiência mundana. Só assim, vivendo a radicalidade do amor divino, poderemos verdadeiramente considerar que somos oferenda para Deus.


Paz e Bem!

(3º domingo da Quaresma de 2015)

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