Podemos bem dizer que o fiel sofre hoje a ação dos tempos e que sua religião é atacada por tantos que não concordam com sua fé.
Mas também podemos reconhecer que hoje as formas de comunicação e a liberdade de expressão possibilitam um debate que antes não existia.
Lembremos de Francisco de Assis, que sempre exortou à mansidão e à pregação por atos e pela paz. Ensinamentos tão levados adiante pelos seus seguidores, como Santo Antônio.
Pregar por atos é oposto ao desprezo pelo que não professa a nossa fé. Desde que no caminho do Senhor, sirvamos sem temor e preconceitos.
Agora, as regras de uma sociedade são construídas de acordo com a cultura que a compõe. E, ainda que não se possa falar aqui de fiel seguimento aos preceitos da Igreja Católica, o Brasil é um país de indiscutível matriz cultural cristã. O que faz com que isso seja levado em consideração na construção de nossas diretrizes laicizantes do Estado.
O Estado é laico. Mas o povo não é.
Isso significa que a interpretação do dia-a-dia certamente será calcada naqueles preceitos de moral religiosa que formam a base das normas grupais da sociedade onde se vive.
Todavia, isso não pode resultar em desrespeito à liberdade de manifestação das outras crenças, desde que esta não resulte em agressão ou em violação de direitos consagrados como fundamentais e inerentes a nosso processo de formação cultural.
Daí não poder o católico achar que deve diminuir o uso de seus símbolos - toda religião os tem por definição e eles se acumulam com o tempo -, pois estaria a se negar, nem exigir retirada dos demais.
Também, não se deve criticar ou achar que alguém tem caráter desmerecedor por não ter religião.
A pretexto de defesa das convicções atéias, pretendeu-se em algumas cidades, criticar a religião (clique aqui para notícia). É preciso se reafirmar que acreditar em Deus não define caráter. Seguir a Deus e seus mandamentos, sim.
A fé não deve, por outro lado, ser entendida como uma prisão ou ausência de liberdade de pensamento. Antes o contrário.
Porém, na medida em que ninguém é obrigado, nem deve sê-lo, a seguir determinada religião - eis a laicidade do Estado - ao dizer que a segue, supõe-se que livremente exerceu seus questionamentos, compreendeu sua vocação e aceitou. Nada de dizer que é de uma religião mas não concorda com isso ou aquilo. Ou concorda ou não. Divergências internas sempre são possíveis no catolicismo, por exemplo, conforme suas regras de diálogo próprias. Porém, a pessoa deve compreender que se insere no grupo que defende este ou aquele posicionamento.
O ressentimento por não se compreender inteiramente o divino ou por se julgar não amparado por Deus, não deve levar ao ataque da religião; antes, ao entendimento desta.
Do mesmo modo, o cristão deve ter a paciência para saber pregar e desejar o amor ao outro (clique aqui para postagem sobre discernimento).
Paz e Bem!
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