Quando Jesus olha Jerusalém (Lc 19:41-44; liturgia da 33ª semana do tempo comum) chora diante da falta de compreensão que virá e do futuro daqueles não recebem a paz, os quais sucumbirão diante das forças do mundo (inimigos que não deixarão pedra sobre pedra), por não reconhecerem a presença do Bem ("tu não reconheceste o tempo em que foste visitada"; v. 44).
Assim é conosco.
Se não tivermos discernimento para identificar o Bem no momento em que Ele se apresenta em nossas vidas, ficaremos sujeitos às vicissitudes do mundo.
Se nos deixarmos levar pela beleza, pelas facilidades do mundo, não conseguiremos participar do inesgotável banquete divino.
Porém, para isso é preciso compreender que o caminho que parece mais fácil tende a não ser o caminho mais correto. O caminho de Deus não se define pela ausência de obstáculos, mas pela docilidade e simplicidade com que estes sucumbem ao justo. Para quem olha, são sacrifícios e dificuldades. Mas para quem passa por eles, caminho necessário e a liberdade na prisão de Cristo, como prega São Paulo. São passos que não causam dor nem sofrimento ao cristão, são feitos com naturalidade; eis o sinal da presença divina nos atos.
Todavia, seduzidos pelo mundo e o que há nele, somos tentados a escolher, a decidir, o que iremos considerar difícil ou fácil, certo ou errado, aos nossos olhos, mesmo que muitas vezes, no íntimo, saibamos que está errado. O seguimento dos mandamentos não falha.
Às vezes, é difícil discernir. Às vezes, é tentador dizer que certa regra precisa ser "atualizada" - mesmo sabendo que não é o caso - para não a seguirmos.
Precisamos resistir à tentação de olhar o divino apenas com os olhos do mundo.
Que Deus nos ajude a dar os passos corretos e acolhê-lo.
Paz e Bem!
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