Neste tempo do advento, convém que reforcemos nossa humildade diante de Deus.
Dele provém toda a misericórdia que precisamos e com Amor ele a entrega a cada um conforme sua necessidade.
Hoje, a leitura do Evangelho de São Mateus, capítulo 18, 12-14, nos diz que ainda que um homem perca apenas uma de suas cem ovelhas, ele volta para procura-la.
Que bela imagem!
Aquele que é o dono guia e volta para procurar.
Mais: exulta de alegria como antes não exultara.
Para bem compreender esse tema, é preciso retomar a profecia de Isaías (40:11), que comparara Deus a um pastor que apascenta seu rebanho e tange as ovelhas, carregando nos braços os pequeninos. No mesmo Evangelho de Mateus, voltado a mostrar aos judeus o caráter divino de Jesus, relata que Cristo viu a multidão abatida e enfraquecida pela opressão política e religiosa como “ovelhas sem pastor” (Mt 9:36). E Cristo, mostra a sabedoria teológica de São João, é o bom pastor (Jo 10:14).
Para isso, como João Batista, temos de aplainar o caminho para o Senhor. Tema tão forte que é trazido em profecias e repetido pelos quatro Evangelistas (Is 40:3; Ml 3:1; Mc 1:3; Mt 3:3; Lc 3:4; Jo 1:23).
E isso é o que fazemos no advento. Para isso repetimos esse tempo: preparar o caminho para o Senhor em nossas vidas, retirar os obstáculos para que Ele reine em nosso ser.
Essa tarefa implica em compreender que não somos melhores por estarmos sempre com o pastor. E não devemos desprezar aquela ovelha que se desgarrou do grupo.
Como na parábola do filho pródigo, o pai explica ao filho que estava com ele: “Filho, tu estás sempre comigo, e tudo o que é meu é teu” (Lc 15:31). Que os bons não pensem, como se estivessem arrependidos, na vida, talvez desregrada, que até então levou aquele irmão que se desviou ou demorou a atender ao chamado do Pai. Pensem em como foi duro para ele, neste mundo, vencer as tentações e juntar-se aos que já seguiam ao pastor e tanto ansiavam por sua vinda, numa plena comunhão dos santos.
Como na parábola dos denários ofertados aos operários (Mt 20:1-16), o dono da vinha administra o seu Reino como deve ser. A bondade de Deus é maior do que possa pensar a noção humana de Justiça.
Participar do banquete de Deus é uma honra para aqueles que estão em seu caminho, que não se acumula, pois não é como as riquezas mundanas. É o gozo pleno da felicidade, e não gera arrogância, nem poder, sim solidariedade, fraternidade. Por isso, os últimos serão os primeiros, e os primeiros serão os últimos.
Paz e Bem!
Nenhum comentário:
Postar um comentário