A mulher “colheu um fruto, comeu e deu também ao marido, que estava com ela, e ele comeu” (Gn 3:6)
Como já comentado na postagem anterior, podemos imaginar “a mulher” como o crescimento do gênero humano, algo que vem de seu interior. Essa mesma “mulher”, que, como Maria (clique aqui para texto sobre a Imaculada Conceição), é a imagem terrena do Amor de Deus.
Mas, em termos de gênero, homem e mulher comem o fruto. Ou seja, a humanidade.
Comer do fruto, abrir os olhos para o bem e o mal, saindo da vida de pureza espiritual, significa enfrentar diretamente as vicissitudes do mundo.
E o homem não as vence sem considerar seu lado santo.
Essa participação no divino, que se dá através da observância da Lei Divina, é quebrada pela idéia de autosuficiência.
No texto sobre a Luz do Mundo (clique aqui) pode ser visto o trecho de Isaías que descreve o significado de seguir o Senhor: libertar a si e aos outros da opressão.
Seguir Jesus é, assim, o caminho da liberdade.
Uma liberdade não para o gozo irrefreado dos próprios sentidos, pois seria uma prisão viciante nestes, mas em busca do autodomínio (São Francisco nos ensina nas admoestações, c. 10, que
“cada um tem em seu poder o inimigo, isto é, o corpo, pelo qual peca. Por isso, bem-aventurado é o servo (Mt 24,46) que sempre mantiver preso em seu poder tal inimigo e sabiamente guardar-se dele; porque, enquanto fizer isso, nenhum outro inimigo visível ou invisível poderá prejudicá-lo”).
Afastamo-nos desse caminho quando achamos que não precisamos da ajuda de Deus em determinado momento, quando achamos que não queremos perturbá-lo com nossos problemas, quando julgamos que temos poder por nós mesmos para fazer o Bem (Disse São Tiago - Tg 1:16-17:
"não se enganem, meus queridos irmãos: qualquer dom precioso e qualquer dádiva perfeita vêm do alto, desce do Pai das luzes, no qual não há fases ou períodos de mudança").
Isso não é diminuir a condição humana, antes engrandecê-la ao extremo, inserindo-a na obra da criação. Pensar o contrário é exatamente menoscabar a existência de Deus, procurar desmerecê-Lo, ainda que inconscientemente, e ir para longe do Paraíso, da felicidade.
Também assim quando julgamos que há coisas para Deus cuidar e coisas para nós fazermos. Esquecemos que nada escapa de sua onisciência.
Deus toca nossos ouvidos e nossa língua e imediatamente, nossos ouvidos se abrem à Revelação, passamos a divulgá-la e pregar sem dificuldade a obra do Senhor (Mc 7:31-35).
Estejamos atentos a reconhecer a ação de Deus em nossas vidas, em nosso dia-a-dia.
Paz e Bem!
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