Na sua paixão, carregando a cruz,
Cristo lembra a profecia de Oséias: dirão às montanhas “caí sobre nós” (Lc
23,30; Os 10,8; Ap 6, 16)!
Uma profecia de fundo rural,
agrário, na simplicidade do povo. “Semeiam ventos, colherão tempestades” (Os 8,
7) Plantemos Justiça, aremos o amor”! Diz o profeta:
Semeiem
conforme a justiça e colham o fruto do amor. Cultivem um campo novo, porque é
tempo de procurar a Javé, até que ele venha e faça chover sobre vocês a
justiça. Vocês cultivaram a impiedade e por isso colheram a injustiça e comeram
o fruto da mentira. (Os 10, 12-13)
A divisão, a separação, a falta
de crença num só Deus, levou à desestruturação do povo de Deus. Por isso, a
vergonha o cobriria, e pensaria que melhor seria se os montes caíssem sobre
ele. Eis o primeiro mandamento violado:
Peçam a Javé
as chuvas temporãs e tardias, pois Javé envia relâmpagos e chuva forte, dando a
erva para cada um no seu campo. Pois os instrumentos de adivinhação dizem
coisas vãs, os videntes só enxergam mentiras, contam sonhos fantásticos e dão
consolo sem valor: por isso, o povo anda vagando, perdido, como ovelhas sem
pastor. (Zc 10, 1-2)
Então Miquéias
disse ao rei: “Estou vendo Israel espalhado pelas montanhas, como ovelhas sem
pastor.” (1Rs 22, 17; 2 Cr 18, 16)
Por falta de
pastor, minhas ovelhas se espalharam e se tornaram pasto de feras selvagens […]
Elas não têm pastor, porque os meus pastores não se preocupam com o meu
rebanho: ficam cuidando de si mesmos, em vez de cuidarem do meu rebanho […] Providenciarei
um só pastor para cuidar das minhas ovelhas. Será o meu servo Davi. Ele cuidará
delas, e será o seu pastor. Eu, Javé, serei o Deus delas, e o meu servo Davi
será o seu chefe. (Ez 34, 5.8.23)
São essas as ovelhas que Cristo
vê (Mt 9, 36; Mc 6, 34). Ovelhas separadas em meio à descrença semeada e, por
muitos motivos, sem condições de amar e que precisam de um pastor (cf. Jdt
11,19).
E hoje, será que vejo o sofrimento do outro e prefiro me esconder em vez de assumir minhas dificuldades e levá-las adiante em busca da redenção? O que eu semeio? O que eu trago para junto das pessoas que estão cotidianamente ao meu redor? Eu planto amor, mansidão, tranquilidade? Ou despejo fardos pesados para os outros? (Mt 11, 29-30)
Muitas vezes, ignoramos o poder
de pequenos atos e lançamos fora as sementes porque não são frutas. E assim
nunca o serão.
Às vezes, aceitar verdades é essa pequena semente.
Às vezes, aceitar verdades é essa pequena semente.
Preciso ter condições de ver as
ovelhas sem pastor. Em casa, no trabalho, na rua, no mundo. Preciso me oferecer
para o trabalho e procurar as ovelhas perdidas e ajudar (Mt 9, 38; 10, 6), como instrumento de
Cristo, a tirar delas o mal, as doenças.
“Eu sou o bom pastor […] haverá um só rebanho e um só pastor.” (Jo
10, 11.16)
“Eu sou do meu amado,
e o meu amado é meu” (Ct 6, 3; 2, 16)
Paz e Bem!
Procurem Javé e sua força,
busquem sempre a sua face. (Sl 104, 5)
O profeta está louco, o homem
inspirado delira. À enormidade de teu pecado junta-se a de tua perseguição. (Os
9, 7)
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