Franciscanos Seculares em Natal

Estruturada a partir de Fraternidades Locais, a Ordem Franciscana Secular compõe-se de pessoas que, assumindo sua condição de batizados, propõem-se a, no estado secular, seguir o Evangelho conforme o exemplo de São Francisco, observando a Regra e Vida da OFS. A Fraternidade São Francisco de Assis integra a Família Franciscana do Brasil e fica na Cidade Alta (Centro), em Natal-RN. Foi a primeira da cidade.

Levar o Evangelho à Vida

"Hoje que a Igreja deseja viver uma profunda renovação missionária, há uma forma de pregação que nos compete a todos como tarefa diária: é cada um levar o Evangelho às pessoas com quem se encontra, tanto aos mais íntimos como aos desconhecidos. É a pregação informal que se pode realizar durante uma conversa, e é também a que realiza um missionário quando visita um lar. Ser discípulo significa ter a disposição permanente de levar aos outros o amor de Jesus; e isto sucede espontaneamente em qualquer lugar: na rua, na praça, no trabalho, num caminho." (Evangelii Gaudium, n. 127)

Oração de São Francisco


quinta-feira, 31 de julho de 2014

Transformar o mundo em comunhão com Deus

"Como é o barro na mão do oleiro, assim sois vós em minha mão" (Jr 18, 6)

"[É esse o Deus] que faz justiça aos oprimidos, e dá pão aos que têm fome. O Senhor livra os cativos; o Senhor abre os olhos aos cegos; o Senhor ergue os abatidos; o Senhor ama os justos. O Senhor protege os peregrinos, ampara o órfão e a viúva; mas entrava os desígnios dos pecadores." (Sl 145, 7-9)

"Todo mestre da Lei, que se torna discípulo do Reino dos Céus, é como um pai de família que tira do seu tesouro coisas novas e velhas" (Mt 13, 52)

É esse Deus, que entra em comunhão com sua Igreja, que nos transforma dia-a-dia. E é essa Igreja que precisa estar atenta e seguir os Seus passos para poder também se transformar em luz na terra, a partir do interior de cada um. Converter-se é um convite e um processo para toda a vida.

quinta-feira, 24 de julho de 2014

"É na vossa luz que vemos a luz" (Sl 35, 10)

Só em Deus, que é Pai, Filho e Espírito Santo, podemos encontrar respostas. E na contemplação do mistério sobrenatural da Trindade Divina encontramos o âmago de nossa fé.

"O mistério da Santíssima Trindade é o mistério central da fé e da vida cristã. É o mistério de Deus em si mesmo." (CIC 234)

E qual a dificuldade que temos para ver, ouvir, sentir esse mistério? Cristo no-lo diz: "Porque o coração deste povo se tornou insensível" (Mt 13, 15).

E Jeremias profetiza: "Dois pecados cometeu meu povo: abandonou-me a mim, fonte de água viva, e preferiu cavar cisternas, cisternas defeituosas que não podem reter água” (Jr 2, 13). Escutamos, mas não entendemos (Is 6, 9).

Essas são as lições da liturgia de hoje (16ª semana comum, quinta-feira, ano par).

Que maravilhosa comparação.

Há pouco, na liturgia da semana passada (15º domingo comum, ano A), lemos em Isaías que a Palavra de Deus é "como a chuva e a neve descem do céu e para lá não voltam mais, mas vêm irrigar e fecundar a terra, e fazê-la germinar e dar semente"(Is 55, 10), no mesmo dia em que refletimos sobre a parábola do semeador (Mt 13, 1-23); a mesma que, providencialmente, é retomada hoje. Pois bem, a palavra de Deus, semente lançada no coração dos homens, é como a água pura, sobre a qual um vento impetuoso soprava no primeiro dia da criação (Gn 1,2), vento que fez as águas baixarem após o dilúvio (Gn 8, 1) e que separou as águas do Mar Vermelho (Ex 14, 21).
Assim, água e vento são no mínimo duas fortes imagens para a comunicação da mensagem de Cristo, mas que exige uma compreensão própria para cada contexto. Pois, o mesmo vento, enquanto força da natureza que manifesta o poder de Deus, também é o Espírito, que "sopra onde quer, você ouve o barulho, mas não sabe de onde ele vem, nem para onde vai" (Jo 3, 8).

Pois se as graças de Deus são como chuva, que vêm e não voltam sem cumprir sua missão - temos que fazer a bondade de Deus retornar para Ele, do outro lado temos a tentativa vã de reter algo na terra, como quem se afunda cavando cacimbas que podem até reter um pouco de água por um tempo, mas que se esvai com o tempo e não deixa nada em seu lugar. Nessas horas, clamamos por chuva, que vem de graça e que temos de saber aproveitar. São imagens, sabemos que fisicamente todas voltam para o ar. Mas, com a alma, contemplamos a angústia da água que some - apesar de nossos esforços - e comparamos com a alegria da água que vem de cima, às vezes inesperada e sempre desejada. É essa água que sabemos que devemos reter, cuidar e usar da melhor maneira possível.

Portanto, qual o caminho para reter essa água, para ter sempre essa chuva de graças em nosso coração? Como ouvir e entender? Lembremos, "é na luz que vemos a luz" (Sl 35). Então veremos que a Palavra divina é Deus, verdadeiro Deus e verdadeiro homem (CIC 464-469), e tudo “foi feito por meio dela, e, de tudo o que existe, nada foi feito sem ela. Nela estava a vida, e a vida era a luz dos homens.” (Jo 1, 3-4)

Temos que ter cuidado para não abandonar a Deus e achar que iremos "cavar" respostas nas coisas que são exclusivamente deste mundo. Antes, temos que santificar o mundo. "Santificado seja o Vosso nome" por nossas obras, que então são vossas, ó Pai!

Por isso, como parte dessa relação entre o terreno e o divino na encarnação e vida de Jesus, do seu lado trespassado jorram “sangue e água” (Jo 19, 34).

A Cristo, o Vento e o Mar obedecem (Mt 8, 27; Mc 4, 41; Lc 8, 25).
Como não deixar nossa alma seguir Seu Espírito Santo?!

E, se as águas deste mundo tentarem nos engolfar, peçamos a Pedro a força e a coragem para dizer "Senhor, salva-me"!

Paz e Bem!

sábado, 19 de julho de 2014

Paciência para curar

"os fariseus saíram e fizeram um plano para matar Jesus. Ao saber disso, Jesus retirou-se dali. Grandes multidões o seguiram, e ele curou a todos." (Mt 12, 14-15)

Deus dá-nos dons; nossa missão. Sermos autênticos no-los revela. Independentemente de termos uma profissão ou atribuição da qual gostamos - e isso é importante -, apenas o exercício desses dons é que nos deixará perto de Deus e nos amadurecerá no Espírito.
Essa prática da graça divina pode ser na profissão - que sempre deve ser digna - ou não. Podem conviver em separado ou não. E teremos que tomar decisões.
Questões para nós: como eu vejo o mundo? Como quero mudá-lo ou não? Como eu me contento com o mundo, com o que tenho? O que isso pode revelar o que tenho de bom? E no que essa resposta é ruim?
São passos num encontro profundo com Deus, para daí, sem rótulos, sem limitações tipo "não coma espigas no sábado", sem ter que fazer escolhas padrões (emprego, vida social, realização etc), ver como me realizo e glorifico a Deus na simplicidade do dia-a-dia. É o caminho que tenho seguido para fugir dos momentos em que sou o irmão do filho pródigo que procura o excepcional, a grande festa, mas é incapaz de ver o pai a seu lado o tempo todo.
"Por que me procuráveis?..." (Lc 2, 49), diz o Senhor.

Paz e Bem!

"O Senhor torna-se refúgio para o oprimido, uma defesa oportuna para os tempos de perigo.
Aqueles que conheceram vosso nome confiarão em vós, porque, Senhor, jamais abandonais quem vos procura.
[...]
Senhor, ouvistes os desejos dos humildes, confortastes-lhes o coração e os atendestes.
(Sl 9, 10-11.38[17])

quarta-feira, 9 de julho de 2014

A coragem para semear



Na sua paixão, carregando a cruz, Cristo lembra a profecia de Oséias: dirão às montanhas “caí sobre nós” (Lc 23,30; Os 10,8; Ap 6, 16)!

Uma profecia de fundo rural, agrário, na simplicidade do povo. “Semeiam ventos, colherão tempestades” (Os 8, 7) Plantemos Justiça, aremos o amor”! Diz o profeta:

Semeiem conforme a justiça e colham o fruto do amor. Cultivem um campo novo, porque é tempo de procurar a Javé, até que ele venha e faça chover sobre vocês a justiça. Vocês cultivaram a impiedade e por isso colheram a injustiça e comeram o fruto da mentira. (Os 10, 12-13)


A divisão, a separação, a falta de crença num só Deus, levou à desestruturação do povo de Deus. Por isso, a vergonha o cobriria, e pensaria que melhor seria se os montes caíssem sobre ele. Eis o primeiro mandamento violado:

Peçam a Javé as chuvas temporãs e tardias, pois Javé envia relâmpagos e chuva forte, dando a erva para cada um no seu campo. Pois os instrumentos de adivinhação dizem coisas vãs, os videntes só enxergam mentiras, contam sonhos fantásticos e dão consolo sem valor: por isso, o povo anda vagando, perdido, como ovelhas sem pastor. (Zc 10, 1-2)

Então Miquéias disse ao rei: “Estou vendo Israel espalhado pelas montanhas, como ovelhas sem pastor.” (1Rs 22, 17; 2 Cr 18, 16)

Por falta de pastor, minhas ovelhas se espalharam e se tornaram pasto de feras selvagens […] Elas não têm pastor, porque os meus pastores não se preocupam com o meu rebanho: ficam cuidando de si mesmos, em vez de cuidarem do meu rebanho […] Providenciarei um só pastor para cuidar das minhas ovelhas. Será o meu servo Davi. Ele cuidará delas, e será o seu pastor. Eu, Javé, serei o Deus delas, e o meu servo Davi será o seu chefe. (Ez 34, 5.8.23)


São essas as ovelhas que Cristo vê (Mt 9, 36; Mc 6, 34). Ovelhas separadas em meio à descrença semeada e, por muitos motivos, sem condições de amar e que precisam de um pastor (cf. Jdt 11,19).

E hoje, será que vejo o sofrimento do outro e prefiro me esconder em vez de assumir minhas dificuldades e levá-las adiante em busca da redenção? O que eu semeio? O que eu trago para junto das pessoas que estão cotidianamente ao meu redor? Eu planto amor, mansidão, tranquilidade? Ou despejo fardos pesados para os outros? (Mt 11, 29-30)

Muitas vezes, ignoramos o poder de pequenos atos e lançamos fora as sementes porque não são frutas. E assim nunca o serão.

Às vezes, aceitar verdades é essa pequena semente.

Preciso ter condições de ver as ovelhas sem pastor. Em casa, no trabalho, na rua, no mundo. Preciso me oferecer para o trabalho e procurar as ovelhas perdidas e ajudar (Mt 9, 38; 10, 6), como instrumento de Cristo, a tirar delas o mal, as doenças.


“Eu sou o bom pastor […] haverá um só rebanho e um só pastor.” (Jo 10, 11.16)


“Eu sou do meu amado, e o meu amado é meu” (Ct 6, 3; 2, 16)


Paz e Bem!


Procurem Javé e sua força, busquem sempre a sua face. (Sl 104, 5)
O profeta está louco, o homem inspirado delira. À enormidade de teu pecado junta-se a de tua perseguição. (Os 9, 7)




sábado, 5 de julho de 2014

Orar, ter fé, não temer

Essa semana lembramos São Tomé! Se Cristo se entrega por nós, ainda que pecadores, o seu convite é tudo que gostaríamos de ouvir: toca-me! Sinta-me! E ainda que não saibamos para onde ir, Ele nos diz: "Eu Sou o Caminho". Tudo isso, Cristo disse a Tomé, que conclui: "meu Senhor e meu Deus". Mas, para Cristo-vida, o apóstolo disse: morramos por Ele! E, como disse São Paulo, assim viveremos.
Tomé é o ser humano em sua dúvida. Mas é sua fé racionalizada que dá espaço para a manifestação de Deus. Cristo vem ao seu encontro, repreende-o e, ao dizer das felicidade de quem crê sem ver, chama a atenção para o fato de que estar com Ele deve ser sinal de serviço e adoração, não de privilégio ou poder mundano: felizes pois que não estão comigo humanamente, mas acreditam! E acreditar é agir como Jesus.
Esse será feliz. Esse que não depende de ver. Ainda que apenas após as dúvidas, os sofrimentos, por Seu Amor, tenha sentido a grandiosidade de um Deus que se fez homem e veio resgatá-lo.
A oração deve ser parceira constante. Sem ela, vamos nos afundar na dúvida, na dificuldade em crer. E Maria, cuja veneração agrada tanto ao seu Filho, é quem docemente nos espera na cruz, concebida que foi para trazer o Salvador. Ela nos mostra o caminho.
E assim aprendemos que o sofrimento não apenas não é decidido por nós, nem como o esperamos. O mal nos prende a coisas mundanas e nos gera medo de perdê-las para Deus. O Filho do Homem não tem onde encostar a cabeça, mas qual o Pai que não dá coisas boas a seu Filho, qual o lírio que não é bem vestido? Qual a mãe que não adorna com carinho os presentes e ofertas que um filho dá a seu Pai?
Haverá a cruz de nossa missão, a morte para o mundo, não sofrimento, mas glória de Deus.
Por isso, uma adoração cada vez mais inteira a Deus é fundamental para o encontrarmos nas pequenas coisas da vida.
Devemos aceitar Cristo a se oferecer e anos dar a mão. A mostrar o caminho nos pequenos detalhes, coincidências.
E, sobretudo, quando formos incrédulos com o que não está de acordo com o quer poderíamos esperar, saber que Cristo vem para os doentes, pós pecadores. Quando temermos pelo que é do mundo e, em verdade nem mais nos interessa, seguramos em sua mão, por nossa pouca fé.
Aceitar essa misericórdia divina é um grande e difícil passo. Culpar-se é mais fácil.
Mas Deus não nos quer sob o domínio do erro! A esses Ele diz, "afasta-te de Mim". Mas podemos lembrar o que Ele diz à pecadora perseguida pela multidão com pedras: Eu te mostro o meu Amor e compreensão, agora "vá e não peques mais"! Vá e não peques mais!
E, Maria, como fazer isso? "Faça o que Ele diz"! Estejamos sempre no caminho, sem fugir para os barrancos traiçoeiros. A todo instante, examinemos nossas ações.
Não pensemos em metas desnecessárias, em consequências divinas. Apenas tomemos a cruz em cada momento, façamos o que Jesus faria.
A Pedro, ao jovem rico, a discípulos, a todos, o Cristo diz e repete: "segue-me". "Quanto a você, siga-me"!
E os medos? E os que temos de enterrar, e o que pode ficar para trás?! "NADA te perturbe"! Deus não passa.

Paz e Bem!