Blog destinado à espiritualidade franciscana e divulgação das atividades da Fraternidade OFS São Francisco de Assis, em Natal-RN-Brasil
Franciscanos Seculares em Natal
Estruturada a partir de Fraternidades Locais, a Ordem Franciscana Secular compõe-se de pessoas que, assumindo sua condição de batizados, propõem-se a, no estado secular, seguir o Evangelho conforme o exemplo de São Francisco, observando a Regra e Vida da OFS. A Fraternidade São Francisco de Assis integra a Família Franciscana do Brasil e fica na Cidade Alta (Centro), em Natal-RN. Foi a primeira da cidade.
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Levar o Evangelho à Vida
"Hoje que a Igreja deseja viver uma profunda renovação missionária, há uma forma de pregação que nos compete a todos como tarefa diária: é cada um levar o Evangelho às pessoas com quem se encontra, tanto aos mais íntimos como aos desconhecidos. É a pregação informal que se pode realizar durante uma conversa, e é também a que realiza um missionário quando visita um lar. Ser discípulo significa ter a disposição permanente de levar aos outros o amor de Jesus; e isto sucede espontaneamente em qualquer lugar: na rua, na praça, no trabalho, num caminho." (Evangelii Gaudium, n. 127)
segunda-feira, 31 de dezembro de 2012
Perseverar na fé
"Mas, a todos os que a receberam [a Palavra], deu-lhes capacidade de se tornar filhos de Deus, isto é, aos que acreditam em seu nome, pois estes não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do varão, mas de Deus mesmo."
(Jo 1, 12-13)
"Eles saíram do nosso meio, mas não eram dos nossos, pois se fossem realmente dos nossos, teriam permanecido conosco. Mas era necessário ficar claro que nem todos são dos nossos. […] Se eu vos escrevi, não é porque ignorais a verdade, mas porque a conheceis, e porque nenhuma mentira provém da verdade."
(1 Jo 2, 19, 21).
João esclarece, "nem todos são dos nossos".
Nós mesmos não devemos nos assustar quando descobrimos que certas "características" ou "habilidades" nossas não são virtudes em si, mas formas elaboradas de tentar esconder, de nós ou dos outros, aspectos que nossa formação considera negativos em nossa personalidade. E assim, escondidos, poderiam passar toda uma existência a praticar seus males.
Às vezes é um egoísmo, outras uma tentação, por exemplo.
Da mesma forma, com a comunidade religiosa onde vivemos. Por isso devemos estar atentos para santificar o Corpo de Cristo.
A temática a ser abordada neste 7° dia da oitava do Natal é a perseverança na fé.
Esse é o Caminho dos nascidos de Deus. Não o caminho do erro, da mentira. Mas nem todos são da verdade e não cabe a nós o julgamento (Mt 7, 1; Lc 6, 37), sim perdoar e servir.
Por todos rezamos na liturgia eucarística e nas mais diversas devoções. É importante que saibamos entregar a todos e a nós mesmos à misericórdia divina, sem jamais deixar de lado nosso papel no mundo.
E é em razão de dar esse testemunho que somos chamados neste Ano da Fé (Bento XVI, Porta Fidei) a mostrar nosso amor pelo mundo como Ele nos amou (Jo 13:34).
A Igreja de Cristo não é um templo construído pelo homens ou seus santos e abnegados homens ordenados. A Igreja é a comunidade dos fiéis que partilham a mesma fé, o mesmo batismo e o mesmo destino: o de viver conforme o Evangelho.
Vivendo em comunidade e amando uns aos outros na felicidade de ser cristão, cada um desempenha sua habilidade para iluminar a realidade, como médicos, secretários, engenheiros, advogados, atendentes, vendedores, professores e profissões em geral. Acima de tudo, como pais, mães, filhos, familiares, amigos, irmãos na carne e na fé.
Dentre estes, onde cada um é chamado no estado em que se encontra (1 Cor 7), alguns do grupo são chamados para o ministério e pastoreio das coisas do céu, são os irmãos que recebem o sacramento da ordem, além dos que se dedicam à vida religiosa. E por dessa maneira se entregarem à oração ajudam os demais dessa comunidade a permanecerem fiéis ao Caminho.
Essa é a verdade maior fatual pois demais preceitos litúrgicos são iniludível consequência (Bento XVI, Sacramentum Caritatis). Da constatação de que basta o Amor emerge toda uma realidade na qual a caridade é o ápice da comunhãoe na qual a liturgia é um meio indispensável.
Infelizmente, é preciso dizer que ad afirmações em contrário decorrem de desconhecimento ou má informação, seja decorrente de boa ou má fé de si ou de outrem.
Além de ser dito, como já afirmado nesta oitava, uma religião da liberdade, também é uma religião de estudos e debates. Por homens reconhecidamente isentos e sérios por parte de historiadores, filósofos e comunidade acadêmica em geral.
A profusão de estudos e livros, debates, comissões, desmerece facilmente qualquer pecha leviana de falta de pensamento ou da existência de imposições herméticas.
Mas guardar um tesouro de pensamento de dois séculos que passou por guerras, revoltas, perseguições e que até hoje mantém viva a tradição deixada em pessoa pelo próprio Cristo e seus apóstolos exige meios atenção e zelo.
Cristo não é apenas um mestre galileu do primeiro século. Simplesmente é Deus. Nas igrejas, não cultuamos um Deus que deixou mensagens. Mas NOS REUNIMOS COM O PRÓPRIO CRISTO. É um momento especial de eucaristia onde a comunidade procura a Ele, como Ele mostrou na Terra. Vai além do fato Dele sempre nos acompanhar.
É por não aceitar essa realidade que tantos se perguntam do porquê o Cristianismo resistir tanto ao tempo.
Se é certo que os Evangelhos não registraram nenhum discurso de Cristo contra o judaísmo como religião, não é menos certo que seus atos reivindicaram uma nova forma do homem se relacionar com Deus que lhe ampliava e alterava. Uma forma orante na qual ele se compromete com o projeto divino ("assim como nós perdoamos"). Mais certo ainda é que Ele entregou a Pedro e aos apóstolos escolhidos, especificamente, o poder de administrar a comunidade. Não há deturpação de interpretação nisso.
E, na comunhão dos santos, esse poder permanece naqueles por ele escolhidos. Um povo que atravessa tempo, espaço e nações (Bento XVI, Luz do mundo). "Edificarei a minha Igreja" (Mt 16, 18).
A meta é seguir a Deus, edificar a sua Igreja, e não será o recurso argumentativo a pessoas que já foram para o Pai e suas possíveis faltas que devem afastar o cristão de seu caminho. Julgar o Caminho de Deus pelo julgamento de pessoas do passado com os olhos de hoje é desde o início inconcebível e sem sentido.
Essa verdade não é imposta. A pessoa adere a ela de livre e espontânea vontade. O católico é alguém que acredita nos preceitos que ele constrói em sua Igreja. Não é alguém que é submetido ou que tem vergonha ou que discorda levianamente sem sequer procurar conhecer. No mínimo a busca pela reconciliação com um religioso.
Por vários motivos, mundanos e espirituais, o que vemos é a proliferação de várias religiões, seitas, filosofias, que representam na verdade uma mescla de elementos católicos com outros criados pelos homens sem maior coerência teológica, com o único objetivo de usar o belo para atrair, retirando-lhe elementos essenciais e que poderiam comprometer esse "novo" discurso. Discurso que muitas vezes reedita questões que já foram enfrentadas pelos próprios apóstolos e profetas.
Cremos em Deus, na Luz do mundo, no Príncipe da Paz. Façamos um Ano Novo.
Paz e Bem!
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