"Pode um cego guiar outro cego?" (Lc 6:39)
É difícil para o ser humano reconhecer-se numa crítica. Seríamos nós cegos? Muitos diriam conscientemente que sim. Mas seria "eu" cego? Muitos mais diriam que não.
Aí reside a dificuldade em aceitar vivamente a ação poderosa da criação. Aceitar ser criatura e que tudo o mais já estava posto apenas à espera do momento certo. Mas de tal maneira é.
Experimentar o poder de Deus afasta dúvidas e nos faz perseverar no caminho que às vezes achamos que não convém. Inclusive, acreditar nas palavras de Deus faz com que abramos os olhos para as vezes nas quais julgamos que Deus quer o que, de maneira sã, veríamos estar errado.
É por isso que posso até ver o cisco no olho do irmão, e não ver minhas próprias dificuldades... (Lc 6:41).
O erro que o outro nos apresenta é um presente de Deus na forma de convite para a caridade. Não para humilhá-lo, não para ser rude, mas para ser manso e paciente sem aceitar o erro. Assim é o caminho da santificação.
Se podemos nos reconhecer indignos e pecadores, isso, todavia, não é motivo para se julgar inferior. Pois Cristo se deu por nós. Se temos fé, alcançaremos a misericórdia divina (Tm 1:13). Deus nos ensinará "o caminho da vida, cheio de alegria em tua presença, e de delícias à
tuadireita, para sempre" (Sl 15:11).
Paz e Bem!
(23ª semana comum, sexta-feira)
"Bendito seja Deus, que não rejeitou a minha súplica, nem retirou de mim o seu amor" (Sl 65:20)
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