(imagem de São Luís em altar lateral na Igreja de Santo António à Sé, em Lisboa)
Luís (1214-1270), contemporâneo de Francisco
(1182aprox.-1226) e de Antônio (1191aprox.-1231, reinou em França com o título
de Luís IX, de 1226 a 1270, em um período bastante conturbado da história. Seu
pai, Luís VIII, já herdara do seu avô, o rei Filipe Augusto, a cruzada albigense
contra os cátaros, a qual, sob protestos do papa Inocêncio III, gerou
crueldades e inúmeras interferências por interesses políticos e econômicos. Era
primo dos reis portugueses Sancho II e Afonso III, além de parente de diversos
outros monarcas. Assumiu efetivamente o trono francês com a maioridade em 1234,
já com a França pacificada. Casou com Marguerite de Provence e teve onze filhos, um dos quais o sucedeu no trono como Filipe III e foi o responsável por levar seus restos a Saint-Denis em humilde cortejo.
Conhecido por sua religiosidade e sentimento de Justiça,
representa bem o pensamento religioso e piedoso de sua época. Incentivou as
artes e a cultura. Era bastante querido pelo povo e grande praticante da
caridade e do serviço ao próximo. Franciscano secular (penitente), adquiriu ao imperador Balduíno II, de
Constantinopla, a relíquia da coroa de espinhos, conservada na “Santa Capela”
que mandou erigir em Paris especialmente para essa finalidade; além de
relíquias da cruz de Cristo. A capela fica próxima à catedral de Notre-Dame, que as guarda desde 1806, e
as relíquias são veneradas às primeiras sextas-feiras e nas sextas da quaresma e da semana santa (clique aqui para detalhes).
Organizou a sétima cruzada, como parte de promessa pela
recuperação da saúde, para retomar o Santo Sepulcro. Após dar início à oitava
cruzada, faleceu de maneira humilde no dia 25 de agosto de 1270, em Túnis,
vítima provavelmente de uma disenteria por infecção. Seu corpo foi mantido em
Túnis (entranhas, em razão do processo para transporte dos ossos), Palermo
(coração) e Saint-Denis (corpo desaparecido, mas recuperado parcialmente).
Hoje, a Igreja de “São Luís na Ilha” mantém relíquias suas.
Foi canonizado em 1297 pelo papa Bonifácio VII, como “São
Luís de França”. É copadroeiro da Ordem Franciscana Secular, com Santa Isabel da Hungria. Em 2014 completaram-se 800 anos de seu nascimento.
São Luís, rogai do céu por nós, para que saibamos ser dignos gestores dos bens para Deus, zelosos por nossa fé, humildes servos e saibamos educar nossos filhos para o caminho de Cristo.
Paz e Bem!
(Paróquia de São-Luís-em-Ilha, Paris)
Testamento de São Luís
Caro filho, antes de tudo começo por ensinar-te a amar o Senhor, teu Deus, com todo o coração, com todas as tuas forças, porque sem isso ninguém tem valor.
Filho, deves evitar tudo quando sabes desagradar a Deus, quer dizer, o pecado mortal, de tal forma que prefiras ser atormentado por toda sorte de martírios a cometer um pecado mortal.
Ademais, se o Senhor permitir que te advenha alguma tribulação, deves suportá-la com serenidade e ação de graças. Considera suceder tal coisa em teu proveito e que, talvez, a tenhas merecido. Além disso, se o Senhor te conceder a prosperidade, tens de agradecer-lhe humildemente, tomando cuidado para que nesta circunstância não te tornes pior, por vanglória ou outro modo qualquer, porque não deves ir contra Deus ou ofendê-lo valendo-se de seus dons.
Ouve com boa disposição e piedade o ofício da Igreja e enquanto estiveres no templo, cuida de não vagueares os olhos ao redor, de não falar sem necessidade, mas roga ao Senhor devotamente quer pelos lábios quer pelo coração.
Guarda um coração compassivo para com os pobres, infelizes e aflitos e, quando puderes, auxilia-os e consola-os. Por todos os benefícios que te foram dados por Deus, rende-lhe graças para te tornares digno de receberes maiores. Em relação a teus súditos, sê justo até ao extremo da justiça sem de te desviares para a direita nem para esquerda: e põe-te sempre de preferência da parte do pobre mais do que do rico, até estares bem certo da verdade. Procura com empenho que todos os seus súditos sejam protegidos pela justiça e pela paz, principalmente as pessoas eclesiásticas e religiosas.
Sê delicado e obediente à nossa mãe, a Igreja Romana, ao Sumo Pontífice, como pai espiritual. Esforça-te por remover de teu país todo pecado, sobretudo o das blasfêmia e da heresia.
Ó filho muito amado, dou-te enfim, toda bênção que um pai pode dar a um filho; e toda a Trindade e todos os santos te guardem do mal. Que o Senhor conceda a graça de fazer sua vontade de forma a ser servido e honrado por ti. E assim depois desta vida, iremos juntos vê-lo, amá-lo, louvá-lo sem fim. Amém.
Filho, deves evitar tudo quando sabes desagradar a Deus, quer dizer, o pecado mortal, de tal forma que prefiras ser atormentado por toda sorte de martírios a cometer um pecado mortal.
Ademais, se o Senhor permitir que te advenha alguma tribulação, deves suportá-la com serenidade e ação de graças. Considera suceder tal coisa em teu proveito e que, talvez, a tenhas merecido. Além disso, se o Senhor te conceder a prosperidade, tens de agradecer-lhe humildemente, tomando cuidado para que nesta circunstância não te tornes pior, por vanglória ou outro modo qualquer, porque não deves ir contra Deus ou ofendê-lo valendo-se de seus dons.
Ouve com boa disposição e piedade o ofício da Igreja e enquanto estiveres no templo, cuida de não vagueares os olhos ao redor, de não falar sem necessidade, mas roga ao Senhor devotamente quer pelos lábios quer pelo coração.
Guarda um coração compassivo para com os pobres, infelizes e aflitos e, quando puderes, auxilia-os e consola-os. Por todos os benefícios que te foram dados por Deus, rende-lhe graças para te tornares digno de receberes maiores. Em relação a teus súditos, sê justo até ao extremo da justiça sem de te desviares para a direita nem para esquerda: e põe-te sempre de preferência da parte do pobre mais do que do rico, até estares bem certo da verdade. Procura com empenho que todos os seus súditos sejam protegidos pela justiça e pela paz, principalmente as pessoas eclesiásticas e religiosas.
Sê delicado e obediente à nossa mãe, a Igreja Romana, ao Sumo Pontífice, como pai espiritual. Esforça-te por remover de teu país todo pecado, sobretudo o das blasfêmia e da heresia.
Ó filho muito amado, dou-te enfim, toda bênção que um pai pode dar a um filho; e toda a Trindade e todos os santos te guardem do mal. Que o Senhor conceda a graça de fazer sua vontade de forma a ser servido e honrado por ti. E assim depois desta vida, iremos juntos vê-lo, amá-lo, louvá-lo sem fim. Amém.
Fonte do Testamento: OFS Rio Comprido