Franciscanos Seculares em Natal

Estruturada a partir de Fraternidades Locais, a Ordem Franciscana Secular compõe-se de pessoas que, assumindo sua condição de batizados, propõem-se a, no estado secular, seguir o Evangelho conforme o exemplo de São Francisco, observando a Regra e Vida da OFS. A Fraternidade São Francisco de Assis integra a Família Franciscana do Brasil e fica na Cidade Alta (Centro), em Natal-RN. Foi a primeira da cidade.

Levar o Evangelho à Vida

"Hoje que a Igreja deseja viver uma profunda renovação missionária, há uma forma de pregação que nos compete a todos como tarefa diária: é cada um levar o Evangelho às pessoas com quem se encontra, tanto aos mais íntimos como aos desconhecidos. É a pregação informal que se pode realizar durante uma conversa, e é também a que realiza um missionário quando visita um lar. Ser discípulo significa ter a disposição permanente de levar aos outros o amor de Jesus; e isto sucede espontaneamente em qualquer lugar: na rua, na praça, no trabalho, num caminho." (Evangelii Gaudium, n. 127)

Oração de São Francisco


terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Fazer a vontade do Pai




Quem faz a vontade do Pai?! A nossa língua e nossos gestos transbordam daquilo do que o coração está cheio (Mt 12, 34; Lc 6, 45). Façamos um exame de consciência e sintamos o que fazemos para atender o pedido do Pai: “segue-me” (Mt 10, 38 e outras quinze passagens do Evangelho), pois “quem me segue não andará nas trevas” (Jo 8, 12).

Deus liberta quem o segue de todas as angústias. “O anjo de Javé acampa ao redor dos que o temem, e os liberta. Provem e vejam como Javé é bom: feliz o homem que nele se abriga.” (Sl 33, 8-9).

Muitos ouvirão o chamado, mas nem todos seguirão. Toda o povo ouvirá a voz do Senhor, nem todos entenderão. “Naquele dia, não terás de envergonhar-te por causa de todas as tuas obras com que prevaricaste contra mim; pois eu afastarei do teu meio teus fanfarrões arrogantes, e não continuarás a fazer de meu santo monte motivo de tuas vanglórias.” (Sf 3, 11).

Paz e Bem!

(Sobre a liturgia da terça-feira, da terceira semana do Advento)


terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Misericórdia na Imaculada Conceição



“Eu lhe darei as chaves do Reino do Céu, e o que você ligar na terra será ligado no céu, e o que você desligar na terra será desligado no céu.” (Mt 16, 19)


“A PORTA DA FÉ (cf. Act 14, 27), que introduz na vida de comunhão com Deus e permite a entrada na sua Igreja, está sempre aberta para nós. É possível cruzar este limiar, quando a Palavra de Deus é anunciada e o coração se deixa plasmar pela graça que transforma. Atravessar esta porta implica embrenhar-se num caminho que dura a vida inteira.”

(Carta Apostólica, sob forma de Motu Proprio, Porta Fidei, do Sumo Pontífice Bento XVI, com a qual se proclama o Ano da Fé) 


“O Ano Santo abrir-se-á no dia 8 de Dezembro de 2015, solenidade da Imaculada Conceição. Esta festa litúrgica indica o modo de agir de Deus desde os primórdios da nossa história. Depois do pecado de Adão e Eva, Deus não quis deixar a humanidade sozinha e à mercê do mal. Por isso, pensou e quis Maria santa e imaculada no amor (cf. Ef 1, 4), para que Se tornasse a Mãe do Redentor do homem. Perante a gravidade do pecado, Deus responde com a plenitude do perdão. A misericórdia será sempre maior do que qualquer pecado, e ninguém pode colocar um limite ao amor de Deus que perdoa. [grifos inexistentes no original]
[…]
Escolhi a data de 8 de Dezembro, porque é cheia de significado na história recente da Igreja. Com efeito, abrirei a Porta Santa no cinquentenário da conclusão do Concílio Ecuménico Vaticano II. A Igreja sente a necessidade de manter vivo aquele acontecimento.”

(Bula de proclamação do jubileu extraordinário da misericórdia MisericordiaeVultus)



Hoje, comemoração da Imaculada Conceição de Maria, vemos na liturgia um chamado tantas vezes repetido na Escritura: “não tenham medo”! (Gn 15, 1; 21, 17; 26, 24; Tb 12, 16; 1Rs 17, 13; 2Rs 1, 15; Mt 10, 31; Mc 5, 36; Lc 12, 32; Jo 6, 20; Ap 1, 17)

"Irmãos e Irmãs: não tenhais medo de acolher Cristo e de aceitar o Seu poder!"
(S. João Paulo II, na homilia de início do seu pontificado, em 22/10/78)


Após o pecado original, Adão ainda ouve Deus, mas se esconde e diz “Ouvi tua voz no jardim, e fiquei com medo” (Gn 3, 10). Quantas vezes faço algo que sei ser errado ou que prejudica a mim ou a outro (Rm 7, 14), mas prefiro entender que eu sei o que é melhor. Mas, depois, fico receoso pelas consequências. Mas Deus “nos predestinou para sermos seus filhos adotivos por intermédio de Jesus Cristo” (Ef 1, 5), e ao fogo eterno destinou o mal (Mt 25, 41).

Mas, como Rafael a Tobit e Tobias (“Não tenham medo! Que a paz esteja com vocês! Bendigam a Deus para sempre”; Tb 12, 17), essa é a mensagem que perpassa a existência humana e que abre o caminho da graça quando Gabriel diz a Maria: “Não tenhas medo, Maria, porque encontraste graça diante de Deus.” Essa plenitude de graça é tanta que Maria é não apenas molde da compaixão divina para nós, mas também co-redentora que abre o mundo para a Paz através da obediência destemida (Lumen Gentium, n. 55-6; Redemptoris Mater, n. 18).

Hoje, renovamos o desejo de nos entregarmos ao coração da misericórdia de Deus, como pregou Santa Faustina e São João Paulo II e nos pede o Papa Francisco. Na bula que proclama este jubileu, são retomadas as palavras de Paulo VI ao encerrar a última sessão pública do Concílio: “Toda esta riqueza doutrinal orienta-se apenas a isto: servir o homem, em todas as circunstâncias da sua vida, em todas as suas fraquezas, em todas as suas necessidades”.

Assim se unem o amor de Deus pela humanidade, presente na Imaculada Conceição de Maria, e o peregrinar humano nesta Terra.

Que a Misericórdia Divina seja nosso destino. “Ó sangue e água, que jorrastes do coração de Jesus como fonte de misericórdia para o mundo, eu confio em Vós!”

“Que o Jubileu da Misericórdia traga a todos a bondade e a ternura de Deus!” (Papa Francisco)

Paz e Bem!

"Não tenha medo; apenas tenha fé!"
(Mc 5, 36)

“No amor não existe medo”
(1Jo 4, 18)

“Não tenha medo, pequeno rebanho, porque o Pai de vocês tem prazer em dar-lhes o Reino.”
(Lc 12, 32)

“Neste mundo vocês terão aflições, mas tenham coragem; eu venci o mundo.”
(Jo 16, 33)

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

50 anos da Declaração Dignitatis Humanae e do epílogo do Concílio Vaticano II


Em 7 de dezembro de 1965, o Papa Paulo VI, assinou a Declaração Dignitatis Humanae, sobre a Liberdade Religiosa.
O Concílio teve sua última sessão pública nessa data, na qual também foram promulgadas a Constituição Pastoral Gaudium et Spes, sobre a Igreja no mundo atual, o Decreto Ad Gentes, sobre a atividade missionária da Igreja e o Decreto Presbyterorum Ordinis, sobre o ministério e a vida dos sacerdotes.
O papa discursa no mesmo dia 7 de dezembro de 1965, e avalia o período do Concílio Vaticano II, com destaque para sua introspecção caritativa na busca de glorificar a Deus. Ao final, indagou o Sumo Pontífice sobre o trabalho conciliar: "Não será, em resumo, um modo simples, novo e solene de ensinar a amar o homem para amar a Deus?"
No dia seguinte, com a Carta Apostólica In Spiritu Sancto,  o papa encerrou o Concílio, convocado no Natal de 1961 por São João XXIII, e iniciado em outubro de 1962. Ali decreta "que a presente carta seja e permaneça plenamente firme, válida e eficaz; que tenha e consiga os seus efeitos plenos e íntegros; que seja apoiada por aqueles a quem, agora ou no futuro, diz ou poderá dizer respeito; que assim se deve julgar e definir; e que desde este momento se deve ter como nulo e sem valor tudo quanto se fizer em contrário, por qualquer indivíduo ou autoridade, conscientemente ou por ignorância."
A Declaração Dignitatis Humanae hoje revela seguir esse intento de perpetuidade. Como os demais documentos conciliares, sua atualidade exsurge de cada releitura. Seu primeiro tópico inicia com o tema "o problema da liberdade religiosa na atualidade", e considera como direito natural a liberdade de tudo o que é próprio do espírito. E, após fazer a profissão de fé no caminho revelado por Deus aos homens e no serviço da Igreja, proclama que "todos os homens têm o dever de buscar a verdade, sobretudo no que diz respeito a Deus e à sua Igreja e, uma vez conhecida, de a abraçar e guardar" (n. 1).
Apenas a consciência humana livre e protegida penetra de modo suave e forte no espírito e gera a fé; não a força que age sobre os corpos (tema que também está no discurso do Papa Bento XVI na Universidade de Regesnburg, em 12/09/06, "fé, razão e universidade"). A estreita vinculação entre a dignidade humana e a liberdade religiosa tornam esta não apenas uma tarefa da comunidade, mas da família e dos governos.
E, sendo a Liberdade Religiosa um dever do católico para com a difusão da mensagem de Cristo e sem desligar-se desta Verdade Suprema, o Concílio exorta os fiéis a estarem atentos a sua responsabilidade pessoal:

Pois é patente que todos os povos se unem cada vez mais, que os homens de diferentes culturas e religiões estabelecem entre si relações mais estreitas, que, finalmente, aumenta a consciência da responsabilidade própria de cada um. Por isso, para que se estabeleçam e consolidem as relações pacíficas e a concórdia no género humano, é necessário que em toda a parte a liberdade religiosa tenha uma eficaz tutela jurídica e que se respeitem os supremos deveres e direitos dos homens de praticarem livremente a religião na sociedade. (Dignitatis Humanae, n. 15)

Posteriormente, em 4 de dezembro de 1966, viria ainda o Decreto Inter Mirifica, sobre os meios de comunicação social.

Paz e Bem!